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Relógio inteligente Apple Watch: os segredos da coroa

O relógio da Apple finalmente chegou, mas será lançado só no ano que vem

Apple (Divulgação: Apple)

Apple (Divulgação: Apple)

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Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2014 às 16h59.

Enquanto a maioria dos smartwatchs lançados até agora se baseou na experiência de uso de um smartphone, a Apple resolveu seguir o caminho tradicional e resgatou a experiência do relógio comum.

A maior evidência disso é a presença de uma coroa de controle na lateral, como nos relógios mecânicos. Obviamente ela não serve apenas para ajustar o horário. Ela também não tem nada de mecânica. A precisão é definida digital por infravermelho.

A coroa serve para complementar a tela sensível ao toque do relógio. Comandos como o zoom e rolagem por listas podem ser invocados ao girá-la. Ela também serve como atalho para voltar a tela inicial (home). Por exemplo, no aplicativo maps, gestos na tela arrastam o mapa enquanto a coroa controla o nível de zoom. Além da interface de toque tradicional a tela é capaz de reconhecer pressão. Isto abre a possibilidade para novos tipos de comando.

A Apple se preocupou tanto com a função básica de um relógio que o sistema foi sincronizado com servidores ligados a relógios atômicos – ntp como no Android Wear, para garantir precisão de até 50 milissegundos. Também foram criados vários tipos de faces para exibir o tempo e outras informações. A mais curiosa delas exibe a órbita dos planetas em tempo real.

O visual dos aplicativos lembra um pouco a implementação adotada pelo Android Wear. É claro que há diferenças sutis. E estas chamam atenção. É o caso da tela inicial, que exibe vários aplicativos ao mesmo tempo.

Mantendo a ideia do relógio como expressão pessoal, a Apple decidiu lançar seis variações possíveis do mesmo produto.  Serão dois tamanhos diferentes, cada um com três modelos distintos: Watch, Watch Sport e Watch Edition. É o material de construção que distingue cada modelo. O Apple Watch será composto por aço inoxidável,  o Watch Sport usará uma liga de alumínio e o Watch Edition ostenta uma cobertura de ouro de 18 quilates. Todos os três usam uma tela que é um cristal único de safira.

A pulseira padrão de 38 milímetros tem um mecanismo de encaixe que permite trocar a cor, a textura e o fecho de cada uma. Há uma variação para cada gosto. Isto também abre margem para terceiros fabricarem pulseiras, provavelmente mais baratas que a da Apple.

Por outro lado, o tradicionalismo acaba no formato da tela. Em vez de adotar um design circular, como no Moto 360, a Apple preferiu a tela retangular com cantos arredondados.

Embora a Apple tenha mantido a tradição da coroa o Watch não deixa de ser um relógio inteligente: ele também poderá ser controlado por voz através da Siri. Da mesma forma, o aplicativo de mensagens demonstra sofisticação de software na análise semântica dos textos exibidos pelo aparelho. Se por acaso o usuário recebe uma pergunta com duas opções, estas aparecerão nas opções de resposta rápida oferecidas pelo aparelho. Itens de perfumaria, como ícones animados complementam a solução.

A integração com outros aparelhos da Apple também promete ser útil. Qualquer foto marcada como favorita na galeria do iPhone será enviada automaticamente para o relógio. É possível que dois relógios deste tipo interajam por desenhos na tela.

Não ainda informações do tamanho do tamanho exato da tela e outros detalhes de configuração. Mas a empresa já fez questão de demonstrar seu processador exclusivo para o relógio, o S1. Vale lembrar que os smartwatches lançados até agora usam processadores projetados para smartphone – geralmente Qualcomm Snapdragon 400 ou 200. É possível que a presença de um SoC (System on a Chip) específico para relógios garanta um consumo menor de energia. No entanto, a Apple não divulgou sequer uma estimativa de duração da bateria do aparelho, o que é preocupante.

De qualquer maneira pelo menos carregar o aparelho será fácil. Ao invés de usar um conector micro USB como quase todos os outros, ele usa uma variação do magsafe, o conector magnético dos MacBooks. É uma disputa e tanto com o carregamento por indução do Moto 360.

Ainda falando de hardware interno,  o Watch terá um atuador linear que é capaz de causar vibrações, conhecida como resposta háptica. A aplicação mais comum deste componente é o aviso de notificação. A mais inteligente é o seu uso para navegação curva a curva no aplicativo Maps.

Outra promessa do Watch é a leitura de batimentos cardíacos mais precisa. Pela demonstração foi possível observar dois emissores e dois receptores de infravermelho que avaliam o fluxo sanguíneo. Por ora, o mecanismo duplo deve ser mais preciso que a concorrência.

Curiosamente a Apple não referencia específica a qualquer forma de vedação e proteção. Toda a maestria do design apresentado por Jonathan Ive pode ir por água abaixo caso você caia na piscina. Claro que esse é um ponto a ser confirmado.

É evidente que a Apple, com o lançamento de hoje, se prepara para atingir uma fatia do mercado de eletrônicos vestíveis. O Gartner prevê que este mercado atingirá em 2016 cerca de 5 bilhões de dólares. O mercado portanto é grande, mas a Apple só vai tentar garantir seu quinhão daqui a pelo menos três meses.

Vale ressaltar que a tecnologia vestível é também uma forma de quantificar o que fazemos. Isso poderá servir de insumo para um controle mais acurado de nossa saúde. Podendo, no longo prazo, prolongar ainda mais a expectativa de vida. Colaboram com esta visão os aplicativos Fitness App e Workout App. O primeiro é responsável por fazer o registro diário das atividades e o Workout estabelece metas de exercício físico para o usuário. A ideia é reproduzir algumas funções de um personal trainner, adaptando as metas de acordo com o desempenho físico.

Cinco smartphones da Apple suportarão o relógio. Por ele será possível acionar a câmera e controlar até o Apple TV.

* Em colaboração com Leonardo Veras

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