TikTok: Wall Street Journal acusa aplicativo de coletar dados sem permissão (Dado Ruvic/Reuters)
Maria Eduarda Cury
Publicado em 13 de agosto de 2020 às 18h29.
Última atualização em 13 de agosto de 2020 às 19h01.
Ameaçado de ser banido dos Estados Unidos, o TikTok se envolveu em mais uma polêmica envolvendo a segurança de dados dos usuários. Agora, a plataforma de vídeos foi acusada de coletar informações de usuários Android por cerca de 15 meses — entre 2018 e 2019.
A informação vem de uma análise feita pelo Wall Street Journal, que diz que a técnica para recolher dados particulares foi desenvolvida pelo Google e permite que os desenvolvedores consigam essas informações sem que o usuário precise ceder permissão.
Segundo a pesquisa, o TikTok conseguiu os dados enquanto rastreava os endereços MAC, que dão acesso aos dispositivos e mídias, dos telefones Android de seus usuários. Com isso, conseguiu recolher as informações e utilizá-las para, possivelmente, fins publicitários. O relatório também diz que o TikTok faz uso de uma camada de criptografia adicional, não presente em outros aplicativos de uso diário, e a utiliza para coletar dados e transmiti-los para os servidores da própria empresa.
Em comunicado à revista Variety, um porta-voz do TikTok informou que, com as novas atualizações, o aplicativo recebeu uma nova estrutura de segurança interna para os usuários."Constantemente atualizamos nosso aplicativo para acompanhar os desafios de segurança em evolução, e a versão atual do TikTok não coleta endereços MAC. Nunca fornecemos dados de usuários dos Estados Unidos ao governo chinês, nem faríamos se solicitado", disse.
O Google, responsável pelo download do aplicativo por meio da loja Google Play, disse ao Wall Street Journal que está investigando as alegações contra o TikTok. O senador Josh Hawley, no entanto, já sugeriu que a empresa expulse o TikTok de sua loja digital de aplicativos.
If Google is telling users they won’t be tracked without their consent and knowingly allows apps like TikTok to break its rules by collecting persistent identifiers—potentially in violation of our children’s privacy laws—they’ve got some explaining to do. https://t.co/8Vx8A2Y8sS
— Senator Hawley Press Office (@SenHawleyPress) August 12, 2020
A acusação surgiu uma semana após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, proibir toda e qualquer negociação comercial com o TikTok até o meio de setembro — exigindo que o aplicativo seja vendido pela chinesa ByteDance, caso queira continuar atuando no país. O banimento é resultado da preocupação do governo americano com a segurança de seus dados.