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Relatório aponta que preço menor dos drones aumentará sua utilização

No estudo intitulado “Balanço militar de 2014”, a instituição constata ainda que o gasto militar na América Latina cresceu 15,6% entre 2010 e 2013

drone (AFP)

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Da Redação

Publicado em 5 de fevereiro de 2014 às 18h10.

O custo cada vez menor dos drones fará com que esses veículos aéreos não tripulados sejam usados cada vez mais, em guerras e em tarefas de vigilância, segundo o relatório anual do Instituto de Estudos Estratégicos Internacionais (IISS), de Londres.

No estudo intitulado “Balanço militar de 2014”, a instituição constata ainda que o gasto militar na América Latina cresceu 15,6% entre 2010 e 2013 - com destaque para o Brasil -, em uma tendência similar à da Ásia e contrária à da Europa.

O documento de 500 páginas avalia a capacidade militar dos países e os aspectos econômicos das políticas de defesa. O crescimento no uso de veículos aéreos sem piloto (UAV, na sigla em inglês), e o aumento de suas capacidades, têm provocado dilemas éticos e legais, segundo o IISS.

“A proliferação e visibilidade dos drones e seu uso por forças armadas e agências governamentais colocaram esses instrumentos no centro do debate”, afirmou o instituto. Também existem reservas nos Estados ocidentais sobre o desenvolvimento de drones completamente autônomos.

“Mesmo que os programas informáticos guiados por inteligência artificial e os sistemas ‘racionais’ sejam cada vez mais avançados, um processo de decisão automático para operações letais é uma linha que os políticos e o público dificilmente querem cruzar”, afirma o texto.

As técnicas militares avançadas estão se proliferando graças às menores barreiras técnicas e a maior vontade dos Estados em vende-las, ao contrário de quando as forças armadas ocidentais queriam mante-las com exclusividade.

O relatório diz que o tamanho menor dos drones tem diminuído custos, colocando-os mais ao alcance de empresas, indivíduos e países de recursos limitados. Mas os países ocidentais, prevê o IISS, tratarão de reter seu domínio desenvolvendo drones mais avançados, como modelos supersônicos.

Na coletiva de imprensa de lançamento do informe, Doug Barrie, analista do instituto, negou, no entanto, que os drones vão acabar com aviões pilotados por pessoas, como se pensava a poucos anos. “Teremos um uso combinado durante algum tempo”, explicou Barrie. Entretanto, os modelos de drones se diversificarão, “desde os que se pode guarda na mochila até os com plena capacidade de combate”, destacou o especialista.

América Latina aumenta gastos militares – No que diz respeito aos gastos militares, o relatório constata o aumento nos países asiáticos, enquanto caem nos ocidentais.

Os Estados Unidos seguem liderando com folga, com 600,4 bilhões de dólares por ano, seguido da China (112,2 bilhões), Rússia (68,2 bilhões) e Arábia Saudita (59,6 bilhões). Aproximadamente metade dos 70,9 bilhões de dólares gastos pela América Latina corresponde ao orçamento militar do Brasil.

Os gastos latino-americanos cresceram 15,6% de 2010 até hoje. “É um reflexo das altas taxas de inflação e da forte valorização das moedas, que ocorreram na região neste período, afetando a conversão ao dólar”, explica o IISS.

Descontando esses fatores, os gatos aumentaram 3,04% em 2013. Venezuela (12,04%), Colombia (11,6%) e Bolivia (8%) foram os países sul-americanos com maior aumento (em índices descontados), enquanto México e a América Central aumentaram em 6,9%.

Do outro lado, o relatório destaca a queda de 4,1% do gasto militar do Uruguai e o de 1,1% no do Brasil. O IISS sustenta que o “crime organizado e os movimento insurgentes seguem sendo uma ameaça estratégica para os países latino-americanos”.

Missão nuclear suicida – A guerra civil síria ganhou complexidade em 2013, alerta a organização, devido aos conflitos dentro dos grupos de oposição, à intervenção do Hezbollah e ao crescimento da chegada de combatentes sunitas estrangeiros.

O temor de que o conflito se espalhe pela a região levou os vizinhos Jordânia, Turquia e Israel a melhorar seus sistemas de defesa aéreo e de mísseis.

Já a Coreia do Norte, apesar de sua envelhecida força aérea ser incapaz de superar as defesas aéreas do Japão ou da Coreia do Sul, “não pode ser descartado uma missão suicida com um mini-submarino”, alerta o IISS.

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