Em média, mais de 7 milhões de pessoas nos EUA assistem à plataforma do Google na TV simultaneamente (Sean Gallup/Getty Images)
Redator
Publicado em 29 de maio de 2025 às 11h06.
Última atualização em 29 de maio de 2025 às 11h07.
Desde sua fundação, em 2005, o YouTube busca convencer anunciantes de que é o futuro do entretenimento, destacando que jovens não assistem mais à televisão, mas, sim, à plataforma. Os dias de tentar convencer, entretanto, parecem ter ficado no passado. Ao longo de suas duas décadas, o YouTube foi além dos nativos digitais e avançou para se tornar o serviço de TV preferido da maioria dos norte-americanos.
Dados da Nielsen indicam que, em média, mais de 7 milhões de pessoas nos EUA assistem à plataforma do Google na TV simultaneamente, superando Netflix e Amazon Prime Video juntos. Cerca de 40% dos espectadores têm entre 18 e 49 anos, o grupo mais valorizado por anunciantes, e a receita publicitária da plataforma mais que dobrou nos últimos cinco anos, alcançando US$ 36 bilhões em 2024.
Em um contexto no qual anúncios na TV linear estão estagnados, o YouTube já gera mais receita de anúncios do que as quatro maiores redes dos EUA juntas. Em assinaturas, a plataforma fatura outros quase US$ 20 bilhões e tem expandindo sua oferta de conteúdo em diferentes formados – TV ao vivo, podcasts, curtas, programas longos e transmissões esportivas.
Assim, o YouTube pode ultrapassar a Disney em receita total de mídia ainda neste ano, tornando-se, segundo a empresa de pesquisa especializada MoffettNathanson, “o novo rei de toda as mídias”.Para combater críticas à qualidade e questionamentos sobre o funcionamento de seu algoritmo, acusado de recomendar conteúdos extremistas e que fomentam a radicalização, o YouTube investe em conteúdo original e no apoio a estrelas promissoras, criando ferramentas de monitoramento e campanhas para valorizar nomes como Liza Koshy e MrBeast.
Além disso, com o aumento do consumo de conteúdo audiovisual em aparelhos de TV, ela tem investido tanto em parcerias com fabricantes, de modo a tornar a experiência similar à existente nos dispositivos móveis, quanto em séries roteirizadas e episódios organizados. Com isso, o YouTube transforma criadores em estrelas e atrai um público cada vez mais diversificado.
Criadores como Alan Chikin Chow, da série "Alan’s Universe", e Dhar Mann, com histórias inspiradoras voltadas para jovens, têm atraído milhões de visualizações e demonstrado o potencial da plataforma para competir com a TV tradicional. Essas produções têm custos menores, mas ainda enfrentam desafios para convencer anunciantes e Hollywood de seu valor. Por outro lado, serviços de streaming já licenciam esses conteúdos e grandes investidores apostam na profissionalização do mercado.