Facebook: ministro da Administração de Ciberespaço da China, fez recentemente um tour pelos campi do Facebook, da Apple e da Amazon (Karen Bleier/AFP)
Da Redação
Publicado em 8 de dezembro de 2014 às 09h03.
Pequim - O principal regulador de Internet da China, Lu Wei, pode não receber bem o Facebook em sua casa, mas é certamente bem-vindo no Facebook.
Lu, o ministro da Administração de Ciberespaço da China, fez recentemente um tour pelos campi do Facebook, da Apple e da Amazon, segundo relato e fotos publicadas em um site do governo chinês nesta segunda-feira.
Em interações amigáveis que não correspondem ao status do Facebook na China, onde está bloqueado desde 2009, Lu e o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, se cumprimentaram em mandarim e com sorrisos abertos, segundo o relato, que não esclareceu quando a visita aconteceu ou o que a motivou. Quando Lu viu uma cópia do livro "A Governança da China", do presidente chinês Xi Jinping, em uma pilha na mesa de Zuckerberg, o fundador do Facebook disse a ele, segundo o relato: "Também comprei esse livro para meus colaboradores; queria que eles aprendessem sobre socialismo com características chinesas".
Lu também foi fotografado se encontrando com o presidente-executivo da Apple, Tim Cook, e o presidente-executivo da Amazon, Jeff Bezos, em sua viagem. A China continua sendo um dos últimos grandes obstáculos à visão de Zuckerberg de conectar toda a população mundial, e ele não guarda segredo de seu desejo de entrar em um mercado com mais de 600 milhões de usuários de Internet.
Lu, ex-chefe de propaganda de Pequim que assumiu seu atual papel no governo central em 2013, tem defendido repetidamente a censura da Internet na China como essencial para preservar a estabilidade doméstica.
"A China sempre foi muito hospitaleira, mas podemos escolher quem entra em nossa casa", disse ele a repórteres em outubro. "Não podemos permitir que qualquer companhia entre na China e ganhe dinheiro enquanto machuca o país".
Ele acrescentou: "Não disse que o Facebook não poderia entrar na China, mas também não disse que poderia". (Por Gerry Shih)