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Redes sociais terão mais regulação, diz cofundador do Facebook

Eduardo Saverin, o brasileiro que ajudou a fundar o Facebook e hoje mora em Singapura, fala sobre inovação e o futuro das redes sociais

Saverin: "Não é uma questão de se. É uma questão do tipo de regulação" (Paul Miller/Bloomberg)

Saverin: "Não é uma questão de se. É uma questão do tipo de regulação" (Paul Miller/Bloomberg)

Maurício Grego

Maurício Grego

Publicado em 7 de setembro de 2018 às 08h45.

Última atualização em 7 de setembro de 2018 às 08h45.

Eduardo Saverin, cofundador do Facebook, disse que as redes sociais enfrentarão mais regulamentações e mudanças, porque as pressões políticas estão aumentando e os usuários estão se fragmentando em interesses especializados.

Os governos inevitavelmente se envolverão na regulamentação de redes como o Facebook e o Twitter, na esteira das tentativas de manipular a opinião pública e interferir em eleições, disse ele. Ele falou apenas algumas horas depois da audiência no Congresso dos EUA com a chefe de operações do Facebook, Sheryl Sandberg, e com o CEO do Twitter, Jack Dorsey.

"Não é uma questão de se, é uma questão do tipo de regulação", disse Saverin no encontro de tecnologia Sooner Than You Think, organizado pela Bloomberg em Singapura.

Saverin começou o Facebook com Mark Zuckerberg e saiu depois de um desentendimento, mas expressou confiança na capacidade da empresa de atravessar os problemas atuais.

"É difícil ver uma empresa tão importante para mim passando por um momento de escrutínio público", disse Saverin, que atualmente mora em Singapura e investe em startups por meio da B Capital. "Tenho muita fé em Mark e na equipe que ele reuniu a seu redor e, francamente, nas intenções que originaram o Facebook desde o primeiro dia."

Saverin nasceu no Brasil, cresceu em Miami e estudou na Universidade de Harvard. Ele se mudou para Singapura em 2009, em parte devido à falta de fundos de capital de risco na Índia, que tem uma população de mais de 1 bilhão, e no Sudeste Asiático, uma região de mais de 620 milhões de pessoas com rendas crescentes e crescimento econômico.

"A dinâmica do Sudeste Asiático é incrivelmente empolgante", disse ele à cúpula. "O maior crescimento individual de conexão à internet acontece nesta região."

A B Capital foi fundada por Saverin e Raj Ganguly em 2016. Em fevereiro, a empresa de capital de risco fechou um fundo de US$ 360 milhões para investir em serviços financeiros e seguros, saúde digital e tecnologia de consumo. Apoiou cerca de 20 startups em todo o mundo, como o serviço de aluguel de patinetes Bird e o serviço de entrega de encomendas Ninja Van. Entre outras empresas do portfólio estão a Mswipe Technologies, provedora de pagamentos digitais na Índia, e a CapitalMatch, uma plataforma para o financiamento de faturas e empréstimos garantidos.

Saverin disse que as redes sociais estão se formando em torno de comunidades específicas, afastando a atenção do usuário das redes massivas, como a que ele ajudou a fundar. Ele citou o exemplo do Fishbrain, um serviço móvel para pescadores que a B Capital financiou.

"Deixe-me voltar à minha infância e pescar um pouco", disse ele. "Dá para monetizar? É um mercado grande? Existe um benefício real? Acho que a resposta é sim em relação à pesca. O serviço se encaixa em todos os critérios."

Saverin desconsiderou o ceticismo em relação às perspectivas da tecnologia de direção autônoma, apesar dos recentes reveses. Ele financiou a startup AImotive e vê grandes oportunidades, embora essa tecnologia atraia muito capital.

Ele disse que um dos maiores obstáculos é psicológico, porque muita gente hesitaria em andar em um carro autônomo. Ele entraria no carro sem pestanejar, mas a mãe dele, só "em outra vida".

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