Cantareira (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 30 de julho de 2014 às 05h34.
Após pedir aos órgãos reguladores autorização para retirar uma segunda cota do volume morto do Sistema Cantareira, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) admitiu que a recuperação do principal manancial paulista pode levar três anos.
"Tem de chover no período de verão próximo da média para sobreviver. Em 2003 e 2004, o Cantareira se recuperou em três anos. Portanto, não será uma recuperação anual. Pode ocorrer, mas o homem ainda não controla o clima", disse o diretor metropolitano da empresa, Paulo Massato.
Os anos citados pelo dirigente marcaram a última estiagem do manancial. À época, o nível do sistema chegou ao que hoje seria aproximadamente 20% da capacidade. Ou seja, cenário melhor do que o atual. Ontem, o manancial estava com 15,7%, mas graças à primeira cota de 182,5 bilhões de litros do volume morto. O pedido para captar mais 116 bilhões da reserva será discutido nesta quarta-feira, 30, pelos órgãos reguladores.
Por causa do risco de colapso do sistema, o Ministério Público Federal (MPF) recomendou que o governo Geraldo Alckmin (PSDB) implemente racionamento de água imediato nas regiões abastecidas pelo Cantareira. São 8,8 milhões de pessoas na Grande São Paulo. "Rodízio hoje seria a pior solução para a população de São Paulo e para a Sabesp", disse Massato.