Agência de notícias
Publicado em 12 de maio de 2023 às 11h44.
Última atualização em 12 de maio de 2023 às 11h49.
Um longo período de desaceleração econômica nos Estados Unidos pode abalar ações de tecnologia em um momento em que o setor atrai muito dinheiro de investidores, de acordo com estrategistas do Bank of America.
Uma equipe liderada por Michael Hartnett disse que uma recessão tende a causar rachaduras nos setores de crédito e tecnologia, assim como aconteceu em 2008, escreveram os estrategistas em nota nesta sexta-feira, 12.
Investidores apostaram US$ 3,8 bilhões em ações de tecnologia na semana até 10 de maio, a maior entrada desde dezembro de 2021, segundo o BofA, que cita dados da EPFR Global. Por outro lado, US$ 2,1 bilhões foram retirados de ações do setor financeiro, o maior resgate desde maio de 2022, em meio à turbulência entre bancos regionais nos EUA.
O Nasdaq 100, com forte peso de empresas tech, acumula alta de 22% neste ano, puxado pela expectativa de investidores de que o Federal Reserve vai começar a afrouxar a política monetária em breve, o que aliviaria a pressão sobre o setor, sensível às taxas de juro. E enquanto os lucros de companhias deste segmento devam ampliar a queda em relação ao ano passado, traders já antecipam uma recuperação em 2024.
Hartnett, que no ano passado acertou ao prever que o receio de uma recessão provocaria uma fuga das ações, alertou que é improvável que o banco central dos EUA pare de subir os juros em meio à inflação alta, ao baixo desemprego e índices de aprovação do presidente.
É uma visão semelhante à avaliação de estrategistas da Bloomberg Intelligence, que veem espaço para uma bolha em ações de tecnologia, mídia e telecomunicações desinflar à medida que “enfrentam a realidade de taxas de juro mais altas por mais tempo e uma perspectiva de lucros moderada”.
No entanto, Hartnett disse que números negativos do emprego seriam um sinal para a compra de ações cíclicas ligadas à economia – como de empresas de tecnologia – em 2023. O mercado de trabalho americano tem se mostrado resiliente, com aumento das contratações e dos salários em abril.
Entre outros fluxos de destaque na última semana, o ritmo de entradas para posições em dinheiro diminuiu, com US$ 13,8 bilhões alocados nessa classe de ativos. Enquanto isso, os títulos do Tesouro dos EUA registraram a maior entrada em seis semanas, de US$ 6,3 bilhões. Fundos de ações dos EUA e da Europa tiveram resgates de US$ 2,7 bilhões e US$ 2,2 bilhões, respectivamente.