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Racionamento será decisão técnica, alerta Alckmin

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse que um eventual racionamento de água na capital “é uma decisão técnica que está sendo monitorada.

água (sxc.hu)

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Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2014 às 07h44.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nessa terça-feira, 25, que um eventual racionamento de água na capital “é uma decisão técnica que está sendo monitorada dia a dia pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado)”. Em outras oportunidades recentes, Alckmin garantia, sempre quando indagado que não se trabalhava com corte de fornecimento. “Nós vamos decidir mais para frente”, disse.

O governador voltou a afirmar, porém, que a situação é localizada no Sistema Cantareira. “Estamos frente a uma situação extremamente excepcional. E ela não é uniforme. Tem lugar que chove demais e tem lugar que chove de menos”, afirmou. O Cantareira voltou a registrar recorde negativo nesta terça: 16 9% da capacidade, menor índice desde a inauguração, em 1974. A pluviometria do dia, que mede quanto choveu sobre a região, foi de 6,2 milímetros. No mês, o acumulado é de 60,7 milímetros, ante a média histórica de fevereiro, de 202,6 milímetros de precipitação.

Alckmin reafirmou ainda que o governo já está trabalhando para utilizar os 400 milhões de metros cúbicos do chamado “volume morto” (parcela do reservatório não disponível para o uso operacional normal). Segundo o governador, também “já está pronto o projeto das ensacadeiras, dos canais e das bombas” para facilitar a captação. “Não que a gente pretenda utilizar agora, mas vamos deixar tudo preparado para o inverno, caso haja necessidade”, disse. O governador destacou o sucesso no programa de concessão de bônus por redução de consumo. “Teve um bom resultado, tivemos uma economia de 2,1 metros cúbico por segundo”, afirmou.

Previsão.

O cenário de redução do sistema só deve começar a ser revertido com força neste fim de semana. Previsão da Somar Meteorologia, divulgada nesta terça, mostra que uma frente fria deve estacionar na Região Sudeste do País a partir de sexta-feira, 28.

A previsão é de que deve chover intensamente a partir do sábado, 29, nos Estados de São Paulo, Minas e Rio. As precipitações atingirão também o sul de Minas e a região de Bragança Paulista, área de influência para a recarga dos rios e represas que compõem o Cantareira.

Em Camanducaia (MG), área de nascente de um dos rios que abastecem o Cantareira, choverá em uma semana quase o volume todo esperado para março. Com isso, a Sabesp espera que no próximo mês as represas comecem a encher.

No entanto, há especialistas que se mantêm pessimistas e dizem que “só um dilúvio” resolveria o problema de reserva de água do Cantareira para os meses de seca, que começam em abril, com a chegada dos dias mais frios. 

Estudos técnicos do Consórcio das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) apontam que precisaria chover em dois meses cerca de 1 mil milímetros para que as represas entrem no período de inverno com 50% da capacidade. Para se ter uma ideia, em 2010, na grande cheia do sistema, quando as comportas tiveram de ser abertas pela primeira vez para que não transbordassem, choveu 1,5 mil mm em todo o ano.

“Para a elaboração desse cálculo levamos em conta que 25% das chuvas infiltram ou se perdem, 75% vão encher os reservatórios e a chuva cairá em 50% da área de drenagem”, explica José Cézar Saad, coordenador de projetos do Consórcio do PCJ.

Segundo boletim do grupo anticrise do Sistema Cantareira, criado por determinação dos governos federal e estadual, o volume de água que está entrando dos rios nos reservatórios (8 mil litros por segundo) equivale a 13% da média para o período. Pelo documento, se consideradas apenas as represas que entram na partilha da água entre a Grande São Paulo e a região de Campinas o volume de água que pode ser usado está em 16,6% de sua capacidade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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