Repórter
Publicado em 26 de setembro de 2025 às 09h15.
Última atualização em 26 de setembro de 2025 às 09h16.
A disputa pelo controle do TikTok nos Estados Unidos ganhou novos capítulos com a definição de quem vai mandar no pedaço americano do aplicativo chinês mais popular do mundo.
A gestão do app ficou com Oracle, o fundo Silver Lake e a gestora soberana MGX, de Abu Dhabi, que vão controlar cerca de 45% da nova operação chamada TikTok USA. A chinesa ByteDance, controladora global da plataforma, manterá uma fatia minoritária de 19,9%.
Os 35% restantes ficarão com investidores atuais da ByteDance e novos sócios, como General Atlantic, Sequoia e Susquehanna, fundo ligado ao bilionário Jeff Yass. O movimento atende a uma exigência legal dos EUA que força empresas estrangeiras a ceder o controle de operações locais em casos considerados de risco à segurança nacional.
A reestruturação foi chancelada por uma ordem executiva do ex-presidente Donald Trump, que defende a permanência do TikTok no país, inclusive por acreditar que a plataforma teve papel importante em sua eleição. O prazo para o desinvestimento total foi prorrogado até 16 de dezembro.
Apesar da complexidade do acordo, o governo americano não terá participação direta na nova empresa — nenhuma fatia acionária ou chamada golden share, participação com poder de veto estratégico. Em vez disso, a Oracle será responsável por supervisionar a infraestrutura e a segurança de dados da operação nos EUA.
A nova TikTok USA terá um conselho com maioria de membros americanos e, segundo Trump, poderá envolver nomes como Rupert Murdoch e seu filho Lachlan, do grupo Fox, além de Larry Ellison (Oracle) e Michael Dell (Dell Technologies).
Nos bastidores, o acordo tenta equilibrar o apetite dos investidores americanos com as restrições impostas por Washington à influência da China em plataformas com algoritmos potentes de recomendação de conteúdo — o coração do TikTok.
Apesar de perder o controle direto da operação nos EUA, a ByteDance segue como acionista relevante e interessada no sucesso global do aplicativo. A empresa enfrenta um cerco crescente nos Estados Unidos e na Europa, com acusações de uso indevido de dados, tentativas de censura e preocupações sobre a proximidade com o governo chinês.
Ao mesmo tempo, o TikTok continua sendo um dos aplicativos mais populares do mundo, especialmente entre os mais jovens, o que torna a disputa por seu controle também uma batalha cultural e política.