Tecnologia

Quem é Pavel Durov, dono do Telegram preso na França?

A Rússia, que chegou a querer banir o aplicativo, acusou a França de “se recusar a cooperar”

Durov tem uma fortuna estimada pela Forbes de US$ 15,5 bilhões (Getty Images)

Durov tem uma fortuna estimada pela Forbes de US$ 15,5 bilhões (Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 26 de agosto de 2024 às 08h10.

Última atualização em 26 de agosto de 2024 às 15h54.

Pavel Durov, o bilionário fundador e CEO do Telegram, foi preso no aeroporto de Bourget, nos arredores de Paris, na noite de sábado, sob suspeita de fragilizar a moderação na plataforma - e isso teria permitido a ocorrência de atividades criminosas.

A Justiça prorrogou no domingo a prisão preventiva de Durov, que pode durar até 96 horas, segundo uma fonte ligada ao caso. Depois, ele pode ser solto ou apresentado ao juiz para ouvir uma possível acusação.

A Rússia acusou a França de “se recusar a cooperar” depois que a polícia francesa prendeu o bilionário franco-russo, de 39 anos. Segundo outra fonte ouvida pela AFP, ele havia chegado de Baku, Azerbaijão. No passado, a própria Rússia tentou banir o Telegram, que pretende chegar a um bilhão de usuários ativos mensais até 2025.

Mas afinal, quem é Pavel Durov?

  • Durov, cuja fortuna foi estimada pela Forbes em US$ 15,5 bilhões, deixou a Rússia em 2014 após se recusar a cumprir as exigências do governo de fechar comunidades de oposição em sua plataforma de mídia social VKontakte, que ele vendeu. O Telegram concorre com apps como o WhatsApp, Instagram, TikTok e Wechat
  • Segundo a Reuters, Durov se tornou cidadão francês em agosto de 2021. Ele se mudou com o Telegram para Dubai em 2017 e, de acordo com a mídia francesa, ele também recebeu a cidadania dos Emirados Árabes Unidos. Ele também é cidadão de São Cristóvão e Nevis, uma nação de duas ilhas no Caribe.
  • O Telegram é influente na Rússia, Ucrânia e nas repúblicas da antiga União Soviética. Tornou-se uma fonte crítica de informações sobre a guerra da Rússia na Ucrânia, usada intensamente por autoridades de Moscou e Kiev. Alguns analistas chamam o aplicativo de "um campo de batalha virtual" para a guerra.
  • A Rússia começou a bloquear o Telegram em 2018 após o aplicativo se recusar a cumprir uma ordem judicial para conceder aos serviços de segurança acesso às mensagens criptografadas de seus usuários. A ação teve pouco efeito na disponibilidade do Telegram lá, mas gerou protestos em massa em Moscou e críticas de ONGs.

Na mira da Justiça

A popularidade crescente do Telegram levou ao escrutínio de vários países na Europa, incluindo a França, sobre preocupações com segurança e violação de dados. Em maio, os reguladores de tecnologia da UE disseram que estavam em contato com o Telegram, pois ele se aproximava de um critério de uso essencial que poderia sujeitá-lo a requisitos mais rigorosos sob uma legislação histórica de conteúdo online da UE.

Posicionamento do Telegram

Em nota, a empresa por trás do app de mensagens falou sobre o caso do CEO — e utilizou emojis para se posicionar contra a prisão de Durov. Leia na íntegra:

"📱 O Telegram cumpre as leis da UE, incluindo a Lei dos Serviços Digitais — sua moderação está dentro dos padrões da indústria e em constante melhoria.

🛩 O CEO do Telegram, Pavel Durov, não tem nada a esconder e viaja frequentemente pela Europa.

🫤 É absurdo afirmar que uma plataforma ou seu proprietário são responsáveis pelo abuso dessa plataforma.

🌐 Quase um bilhão de usuários em todo o mundo utilizam o Telegram como meio de comunicação e como fonte de informações vitais.

👍 Estamos aguardando uma resolução rápida dessa situação. O Telegram está com todos vocês." 

 

Acompanhe tudo sobre:Telegram

Mais de Tecnologia

Influencers mirins: crianças vendem cursos em ambiente de pouca vigilância nas redes sociais

10 frases de Steve Jobs para inspirar sua carreira e negócios

Adeus, iPhone de botão? WhatsApp vai parar de funcionar em alguns smartphones; veja lista

Galaxy S23 FE: quanto vale a pena na Black Friday?