Donald Trump e a compra do TikTok: presidente dos EUA diz ter grupo de "ultrarricos" dispostos a comprar app
Repórter
Publicado em 29 de junho de 2025 às 12h48.
Última atualização em 29 de junho de 2025 às 12h52.
Donald Trump afirmou neste domingo, 29, que um grupo de ultrarricos está pronto para comprar o TikTok nos Estados Unidos. Segundo o ex-presidente, os nomes dos interessados serão divulgados em até duas semanas. “Provavelmente precisaremos da aprovação da China”, disse Trump à Fox News.
O anúncio reacende a disputa em torno da rede social, controlada pela empresa chinesa ByteDance. Uma lei determina que a ByteDance deve vender o TikTok nos EUA até o final de 2025 ou terá suas operações bloqueadas no território. O prazo atual, já prorrogado três vezes por ordens executivas, vai até 17 de setembro.
Abaixo, veja quem são os principais interessados — ou cotados — para assumir o controle da plataforma, segundo reportagens da imprensa americana, documentos oficiais e fontes próximas às negociações.
Larry Ellison, da Oracle: empresa é cotada como uma das favoritas para assumir o TikTok nos EUA (Getty Images/Getty Images)
Próxima de Trump, a Oracle é considerada uma das favoritas. Larry Ellison, cofundador da empresa, já lidera um consórcio com investidores americanos e apoio do fundo Andreessen Horowitz. O desafio é o valor da transação, estimado em cerca de US$ 50 bilhões — cifra que obrigaria a Oracle a buscar sócios para o negócio.
A empresa já tentou comprar o TikTok em 2020 e voltou à disputa em 2025. Com forte presença em publicidade digital por meio do LinkedIn, Xbox e Bing, a Microsoft é vista como candidata robusta e com caixa disponível.
Submeteu uma proposta de última hora, segundo a CBS, mas fontes próximas às negociações não a consideram séria. O interesse da empresa está na integração com o TikTok Shop, que concorre diretamente com seu marketplace.
A empresa de tecnologia para publicidade propôs uma fusão entre TikTok e sua operação global. O CEO, Adam Foroughi, diz ter feito uma oferta “muito mais forte que as outras”. A AppLovin ajuda desenvolvedores de aplicativos a ganhar dinheiro com publicidade, otimizando investimentos com base em algoritmos que analisam o comportamento de mais de 1 bilhão de usuários diários.
A gigante do private equity avalia uma participação minoritária, junto a outros investidores como Susquehanna e General Atlantic, atuais acionistas não chineses da ByteDance. O plano é criar uma empresa independente para as operações nos EUA.
A startup de busca por inteligência artificial propôs reconstruir a arquitetura do TikTok nos EUA, tornar o algoritmo open source e integrar funcionalidades de busca com IA.
MrBeast: maior youtuber do mundo se juntou a um consórcio que teria feito uma oferta acima de US$ 20 bilhões (Wikimedia Commons)
Dono do projeto Project Liberty, McCourt quer transformar o TikTok em uma plataforma de código aberto com foco em soberania digital. Seu consórcio conta com o apoio da Guggenheim Securities e do escritório Kirkland & Ellis.
Maior youtuber do mundo, MrBeast se juntou a um consórcio liderado por Jesse Tinsley (Employer.com), com participação de David Baszucki, CEO da Roblox. O grupo teria feito uma oferta superior a US$ 20 bilhões.
Já citado por Trump como possível comprador, o bilionário afirmou publicamente que não tem interesse na aquisição.
Fundador do OnlyFans, Stokely se juntou à fundação Hbar para uma proposta que une cripto e economia de criadores. A ideia é valorizar financeiramente os usuários por meio da blockchain.
Cofundador do Reddit, ele apoia a proposta de McCourt e reforça a tese de uma internet mais aberta e controlada pelos usuários.
Empresário bilionário do Wyoming, aparece como nome citado em documentos, mas sem informações detalhadas sobre sua oferta ou consórcio envolvido.
Mesmo com ofertas avançadas, qualquer venda do TikTok depende de aprovação dos governos dos EUA e da China. As tensões comerciais entre os dois países seguem como obstáculo. Pequim já sinalizou que só analisará propostas após negociações sobre tarifas serem retomadas.
No Congresso, parte dos parlamentares defende a prorrogação do prazo. Um projeto liderado por Ro Khanna e apoiado por senadores como Edward Markey, Cory Booker e Ron Wyden sugere estender o prazo por mais 270 dias, mas ainda não foi aprovado.