Mais da metade dos brasileiros passa pelo menos uma hora por dia em frente da televisão (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Rio de Janeiro - Embora cerca de 20% dos brasileiros não pratiquem nenhum tipo de atividade física, pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada hoje, revela que 57,2% da população passa pelo menos uma hora por dia em frente da televisão.
Realizada com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), com referência no ano de 2008, o estudo pesquisou quais as atividades realizadas no período de lazer, segundo critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O IBGE constatou que 10,2% dos brasileiros, ou 14,9 milhões de pessoas, são considerados ativos no lazer, mas que a prática está relacionada com o rendimento das famílias. Faziam algum tipo de exercício 20,2% dos trabalhadores que recebiam até um salário mínimo e, entre os que recebiam mais de cinco salários mínimos, o percentual foi superior a 50%.
Além da prática de esportes, foram levados em conta como atividade física no lazer o deslocamento de bicicleta ou a pé para o trabalho - adotado por 30,6 milhões de pessoas (16%) - e a faxina, realizada por 72,8 milhões (49,7%). A faxina é um tipo de serviço mais comum entre as mulheres, cujo percentual é de 72,1%, contra 25,4% dos homens com mais de 14 anos.
O levantamento também investigou a prática de atividades consideradas sedentárias, com as quais o brasileiro também gasta seu tempo livre, como assistir televisão, jogar video game e usar o computador. A conclusão é de 42,9% dos brasileiros passam mais de três horas em frente à TV e 29,6%, mais de três horas nos outros aparelhos, por dia.
A pesquisa chama atenção para o fato de 58,2% das crianças de até 9 anos e 58,8% dos jovens entre 10 e 17 anos passarem mais de três horas assistindo televisão, sendo essas as faixas de idade com maior percentual de realização dessa atividade.
De acordo com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, os dados são preocupantes. "De um lado, mudanças no padrão alimentar das famílias; de outro, o sedentarismo, que pode levar ao aumento de peso, sobrepeso e a obesidade, são fatores fundamentais para o desenvolvimento de doenças crônicas", afirmou, durante lançamento da pesquisa, no Rio.