Produtos com chip Qualcomm: a empresa tem interesse em incorporar tecnologias para todas as faixas de frequências que serão disponibilizadas no Brasil para a telefonia de quarta geração (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 21 de agosto de 2012 às 22h12.
Brasília - A Qualcomm irá desenvolver chips para smartphones de quarta geração (4G) que operem em todas as faixas de frequência estudadas pelo governo brasileiro para essa tecnologia. Enquanto na maior parte do mundo os dados em 4G trafegam em 700 megahertz (MHz), o Brasil licitou a faixa de 2,5 gigahertz (GHz) para a quarta geração.
O anúncio foi feito pelo presidente global da companhia norte-americana, Paul Jacobs, após reunião com a presidente Dilma Rousseff e o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. A intenção é dar uma escala mundial a chips que operem nas frequências brasileiras, o que baratearia a produção de smartphones, tablets e modems no País.
Segundo Paulo Bernardo, a Anatel está desenvolvendo estudos na faixa de 750 MHz que devem estar concluídos até o fim do ano. Atualmente, essa faixa é usada no Brasil para transmissão da TV analógica, cujo fim está previsto para 2016, mas pode ser antecipado em algumas regiões, que já migram para o formato digital. Outra faixa que poderia ser aproveitada para o 4G é de 450 MHz, que já foi leiloada pelo governo para a implantação da internet móvel rural. Em ambas as tecnologias, a vantagem é a necessidade de instalação de um número menor de torres devido ao maior alcance dessas frequências.
A Qualcomm está construindo um centro de pesquisa e desenvolvimento em São Paulo que deve começar a tocar os primeiros projetos no início de 2013. "Estamos contratando, por enquanto, menos de 100 pessoas, mas o mais importante é o valor multiplicativo do projeto. Não somos fabricantes, mas geradores de tecnologias", disse Jacobs.
Segundo ele, a CCE foi a primeira companhia nacional a firmar acordo com a Qualcomm e em breve outras devem ser anunciadas. O executivo destacou parcerias semelhantes da Qualcomm na Coreia do Sul e na China que ajudaram a alavancar a indústria de dispositivos móveis nesses países.
"Queremos trabalhar também com o governo brasileiro na fabricação de dispositivos voltados para a melhoria dos serviços de saúde e educação, por exemplo. O uso da tecnologia móvel nas escolas pode melhorar o desempenho de alunos e professores", disse Jacobs, que afirmou que a empresa também trabalha em um projeto de monitoramento da performance de atletas para a Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro.