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Quais são os emojis mais usados — e o que eles dizem sobre nós

Pesquisadores analisaram mais de 1 bilhão de tuítes e desvendaram algumas curiosidades sobre o comportamento humano

Emoji: “Se você só tem 140 caracteres, e o emoji conta como um caractere, então ele vai muito longe para expressar como você se sente ou o que está fazendo”, comenta autor da pesquisa (Getty Images/Getty Images)

Emoji: “Se você só tem 140 caracteres, e o emoji conta como um caractere, então ele vai muito longe para expressar como você se sente ou o que está fazendo”, comenta autor da pesquisa (Getty Images/Getty Images)

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Laura Pancini

Publicado em 25 de julho de 2021 às 08h00.

O emoji (ou emoticon) é o hieróglifo do século 21. Quem diria que, séculos depois dos egípcios desenvolverem uma forma de escrita através de imagens, nós iríamos adaptar a ideia para o mundo digital e voltar a nos comunicar por desenhos.

Recentemente, Mayank Kejriwal, professor assistente da Universidade do Sul da Califórnia, desenvolveu um estudo para determinar se o uso de emojis no Twitter pode revelar algo sobre a condição humana atual — e o que ele e sua equipe descobriram mostra que somos mais iguais do que achamos.

“Se você só tem 140 caracteres, e o emoji conta como um caractere, então ele vai muito longe para expressar como você se sente ou o que está fazendo”, comenta Kejriwal. “É por isso que talvez por um longo tempo, de 1999 a 2008, o emoji não tenha sido realmente um assunto de conversa. Mas nos últimos cinco anos, as pessoas começaram a estudá-los.”

Como foi feita a pesquisa?

Mais de 1,5 bilhão de tuítes públicos foram analisados para determinar como usuários estavam usando emojis para interagir. Depois, eles isolaram publicações com a localização ativada para diferenciar idioma e região de cada tuíte.

“Tentamos descobrir quais emojis eram populares”, disse o professor. “Existe uma diferença de idioma, diferença de país ou são universais? Até que ponto estamos globalizados no cenário de emojis? ”

Para conseguir um resultado mais genuíno, a equipe rastreou apenas tuítes de outubro de 2016, porque não queria que eventos como a pandemia do coronavírus alterassem os resultados.

A época também foi escolhida por ser um momento em que aplicativos como o TikTok ainda não dominavam a atenção da internet.

Quais são os emojis mais usados?

“O insight mais interessante que saiu foi que as pessoas realmente são muito universais quando se trata do uso de emojis”, disse Kejriwal sobre o estudo. “Não importa o idioma que você olhe, você vê uma tendência muito clara emergindo.”

De acordo com o estudo, os emojis que retratam emoções (como alegria, tristeza e raiva) são os mais usados pelo mundo, junto com rostos soridentes e corações. O emoji mais usado de todos é o que chora de rir ("😂").

“Estes tendem a ser mais emotivos. Eles expressam uma opinião ou um estado emocional. Isso sugere que somos criaturas emocionais ”, disse o coautor do estudo.

No Brasil, e na América do Sul como um todo, o coração vermelho é um dos mais populares. Curiosamente, o Oriente Médio é uma das poucas regiões que usa o coração azul mais do que qualquer outro.

Emoji para transmitir uma sensação de lugar

Símbolos de comida, atividades ou locais não são os protagonistas, mas ainda mostram muito sobre comportamento humano.

A pesquisa mostrou que às vezes, quais emojis eram populares dependia da localização ou do evento. Nos Estados Unidos, Canadá e Austrália, por exemplo, o emoji de Halloween foi muito popular durante outubro, mas não teve destaque em outros países.

Outro fato curioso descoberto pelo estudo é que habitantes ou turistas de cidades costeiras tuítam mais e usam mais emojis.

“Por exemplo, nas cidades costeiras da Austrália, todos os emojis relacionados à praia sempre estiveram lá. E se você tivesse um clima excelente, veria muita mais diversidade de emojis”, disse Kejriwal. “Nos países escandinavos, não encontramos tanta diversidade no uso de emoji. Eles tendiam a se agrupar em torno de um pequeno conjunto de emojis. ”

Os emojis de bandeira também não eram tão usados, com exceção de dias com eventos esportivos.

“O que os dados nos mostraram é que no dia a dia as pessoas estão mais focadas em seus estados emocionais e em suas experiências, pelo menos na pré-pandemia”, afirma o coautor.

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