Tecnologia

QR Code comestível mostra origem do sushi

Dona de restaurante pioneiro no uso do código, que pode ser escaneado pelo celular, diz que solução dá credibilidade ao negócio em tempos de escândalo de carne de cavalo


	O britânico Mosh Mosh é um dos pioneiros no uso do código comestível, impresso em papel de arroz
 (Mosh Mosh)

O britânico Mosh Mosh é um dos pioneiros no uso do código comestível, impresso em papel de arroz (Mosh Mosh)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 29 de abril de 2014 às 12h50.

São Paulo – Já se perguntou de onde vem o peixe do seu sashimi? Se ele é capturado em área liberada para pesca e sem agredir o meio ambiente marinho? Em alguns restaurantes pelo mundo, já é possível ter a resposta na ponta do palito, ou melhor, do hashi. Através de um QR Code comestível, o cliente consegue rastrear pelo celular a origem do produto.

O britânico Mosh Mosh é um dos pioneiros no uso dessa tecnologia. Em entrevista à EXAME.com, Caroline Bennet, dona do restaurante, conta que a solução ajuda a garantir credenciais sustentáveis ao negócio.

“Nós sempre nos preocupamos em comprar frutos do mar com certificação de origem de captura ética, e a ideia de inserir o QR Code comestível impresso em papel de arroz foi uma forma divertida e peculiar de tornar essa informação mais acessível para os clientes”, diz.

Saber de onde vem o que se come, hoje em dia, significa também ter mais segurança, segundo a empresária. “Na sequência do  escândalo da carne de cavalo, no no início do ano [quando encontraram carne do animal em muitos produtos que se diziam 100% bovina], aumentou a consciência e interesse das pessoas de conhecer a proveniência do alimento".

Para garantir a origem sustentável dos seus produtos, o Mosh Mosh só compra frutos do mar que tenham o selo do Marine Stewardship Council (MSC), maior programa mundial de certificação de pesca sustentável.

O seu objetivo é garantir aos consumidores que o peixe vem de empresas bem geridas que encorajam a regeneração dos cardumes e seguem práticas legais e responsáveis. Atualmente, cerca de 10% dos peixes certificados no mundo levam o selo do MSC.

Pesca sustentável cresce e fisga “peixe grande”

Aos poucos, a certificação de pesca sustentável conquista reconhecimento no mercado. Só no Reino Unido, cerca de 40% dos peixes comercializados levam algum selo do tipo.

No começo do ano, o gigante do fast-food McDonald’s aderiu ao selo MSC em toda sua rede nos Estados Unidos, garantindo aos comensais que o peixe usado em sanduíches como o McFish tem origem sustentável.

A preocupação crescente justifica-se. Estudos mostram que as reservas de peixes e outros frutos do mar estão se exaurindo em ritmo preocupante, o que coloca a biodiversidade marinha em risco.

Um dos mais recentes, publicado na revista Science, indica que mais da metade das populações de peixes estão em declínio, levando a perdas econômicas anuais de US$ 50 bilhões.

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