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Psiquiatras revisam nos EUA categorias de distúrbio mental

"Trabalho teve como objetivo definir de forma mais exata as doenças mentais que têm um verdadeiro impacto na vida dos doentes", destaca o doutor David Kupfer


	Alguns psiquiatras e organizações particulares temem, por exemplo, que esta nova classificação exclua muitas crianças com Síndrome de Asperger
 (Reprodução)

Alguns psiquiatras e organizações particulares temem, por exemplo, que esta nova classificação exclua muitas crianças com Síndrome de Asperger (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2012 às 20h48.

A Sociedade Americana de Psiquiatria aprovou neste fim de semana uma revisão da classificação de algumas patologias mentais, que situa o autismo e suas variantes em uma única categoria, e a forte irritabilidade das crianças uma verdadeira doença, anunciou a associação em seu site.

"Nosso trabalho teve como objetivo definir de forma mais exata as doenças mentais que têm um verdadeiro impacto na vida dos doentes, mas não ampliar o campo da Psiquiatria", destaca o doutor David Kupfer, que preside o grupo de trabalho para a revisão do manual, em comunicado publicado no site da American Psyquiatric Association (APA).

Esta é a primeira revisão desde 1994 do manual de referência para o diagnóstico de doenças mentais (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders) nos Estados Unidos e a quinta desde a sua criação.

A nova classificação reúne todas as variantes do autismo em uma única categoria, chamada "distúrbios do espectro autista", e exclui a Síndrome de Asperger, que afeta crianças muito inteligentes, mas com grandes dificuldades de interação social e que até agora era diagnosticada separadamente do autismo.

A dislexia também desaparece do manual, enquanto foram criadas novas categorias como a irritabilidade frequente e forte nas crianças, agora considerada uma doença mental.

O "estresse pós-traumático" também foi incluído em um novo capítulo sobre traumas e distúrbios ligados ao estresse.

O distúrbio que consiste em comer compulsivamente agora também é reconhecido como uma patologia mental.

Esta última modificação é o resultado de um longo debate, geralmente árduo, entre psiquiatras, as fundações e organizações de pacientes, sobretudo no causo do autismo.

Alguns psiquiatras e organizações particulares temem, por exemplo, que esta nova classificação exclua muitas crianças com Síndrome de Asperger.

Os novos critérios, cujos detalhes serão divulgados quando o novo manual de diagnóstico psiquiátrico for publicado, em maio de 2013, podem deixar alguns dos afetados sem acesso a programas de ajuda social, médica e escolar. De fato, para serem aplicados, os seguros e programas públicos se baseiam na definição de doenças estabelecida pela APA.

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