Tecnologia

Projeto vai monitorar hábitos através de aplicativo móvel

O aplicativo perguntará a milhares de pessoas desde os quilômetros que elas percorreram em um dia até seus costumes sexuais


	Pessoas usando smartphones: após a enquete, deve ser elaborado um documentário e um livro com as respostas
 (Getty Images)

Pessoas usando smartphones: após a enquete, deve ser elaborado um documentário e um livro com as respostas (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2012 às 19h04.

Londres - Milhares de pessoas participarão de um projeto tecnológico que irá monitorar seus hábitos através de um aplicativo móvel, perguntando desde os quilômetros que foram percorridos em um dia até seus costumes sexuais.

O projeto, que leva o nome de "The Human Face of Big Data", está sendo impulsionado por empresas do setor tecnológico e tem por objetivo obter informações de todos os tipos sobre a vida dos participantes, que irão baixar um aplicativo gratuito no celular, com o qual responderão uma enquete anônima.

Além dos quilômetros percorridos, o aplicativo perguntará, por exemplo, o número de e-mails que foram enviados em um dia, suas crenças sobre o que acontece depois da morte, quem protagoniza seus sonhos, qual a definição de família e quais são seus costumes sexuais. O projeto foi apresentado nesta terça-feira, no Museu de Cinema de Londres.

As respostas permitirão tirar conclusões sobre temas relacionados com saúde, meio ambiente, segurança, nível educativo e costumes dos cidadãos. Após a enquete, deve ser elaborado um documentário e um livro, que será escrito pelo jornalista e fotógrafo Rick Smolan.

"The Human Face of Big Data" é um dos projetos mais populares dos últimos anos baseado na recopilação, processamento e análise de amplos dados.

O presidente da área EMEA da companhia tecnológica EMC, Adrian McDonald, que participou da inauguração do projeto, acredita que as iniciativas terão um grande impacto em muitos aspectos da vida cotidiana e as empresas que estiverem por trás delas, impulsionarão a próxima "revolução industrial".


"Calcula-se que por cada criança que nascer em 2012, a quantidade de informação gerada e a produzida em relação a ela, será maior do que toda a que foi criada desde a Idade da Pedra", afirmou McDonald, que disse que 10% das fotografias tiradas até hoje, foram feitas em 2011.

Segundo o especialista, a indústria responsável pelo processamento destes imensos volumes de dados "tem o potencial de causar uma mudança verdadeiramente grande na vida dos cidadãos".

Os especialistas recalcaram as aplicações beneficentes que a revolução pode ter para a sociedade, em contraposição com as dúvidas com respeito à privacidade.

"Cada vez que você estuda "big data", escuta Big Brother. O povo é incapaz de reconhecer os aspectos beneficentes destes conjuntos de dados porque, quase imediatamente, se assustam perante os aspectos relacionados com o Big Brother", explicou à Agencia Efe Davi Menninger, um dos responsáveis pelo projeto.

Entre as aplicações positivas, os especialistas citaram como exemplo a possibilidade de detectar e levar vacinas contra a poliomelite a uma grande quantidade de pessoas no norte da Nigéria, que não têm nem registros públicos. 

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