Bebes (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 2 de outubro de 2015 às 08h53.
O forte aumento da exposição aos produtos químicos tóxicos durante os quarenta últimos anos ameaça a saúde da reprodução humana, alertou nesta quinta-feira a principal organização internacional de profissionais da saúde reprodutiva.
Estamos inundando o mundo com produtos considerados como inseguros e pagamos caro em termos de saúde reprodutiva", declarou Gian Carlo Di Renzo, autor do alerta lançado pela Federação Internacional de Ginecologistas e Obstetras (Figo), organização com sede em Londres que reúne especialistas de 125 países.
O alerta, publicado na revista International Journal of Gynecology and Obstetrics, culpa produtos químicos como pesticidas, poluentes do ar, plásticos e solventes por condições como abortos espontâneos, transtornos do crescimento fetal, peso reduzido no nascimento, má-formações congênitas, problemas nas funções cognitivas ou do desenvolvimento, câncer do aparelho reprodutor, baixa qualidade do sêmen e hiperatividade das crianças.
Os autores do relatório chamam atenção sobretudo para os perturbadores endócrinos, ao destacar que um dos efeitos da exposição a estas substâncias é "desregular os hormônios encarregados de regular as funções reprodutivas e de desenvolvimento".
Os perturbadores endócrinos estão presentes em inúmeros produtos como embalagens, pesticidas, cosméticos, revestimentos químicos e produtos de limpeza.
"A exposição a produtos químicos tóxicos é permanente durante a gravidez e a lactação e ameaça a reprodução da espécie humana", afirma a federação em seu comunicado, preconizando "políticas de proteção aos pacientes e às populações".