Ban Ki-moon (EFE)
Da Redação
Publicado em 23 de junho de 2014 às 09h11.
A primeira reunião da Assembleia Ambiental das Nações Unidas (UNEA), o órgão de mais alto nível no tema a ser convocado na história da ONU, foi inaugurada nesta segunda-feira em Nairóbi.
Cerca de 1.300 delegados - entre ministros, economistas e representantes da sociedade civil de 160 países - participarão do ato de fundação da UNEA durante toda a semana na capital do Quênia, para abordar, como principais assuntos, os objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e o contrabando de animais.
O diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Achim Steiner, presidiu a abertura da Assembleia na sede dessa agência da ONU em Nairóbi.
"Hoje em dia, as 85 pessoas mais ricas do mundo possuem mais que os 3,5 milhões de pessoas mais pobres. A equidade e o desenvolvimento sustentável definirão como viveremos juntos no futuro", disse Steiner durante a sessão inaugural.
Diante dos delegados também foi anunciada a nomeação do novo presidente da UNEA, a ministra do Meio Ambiente da Mongólia, Oyun Sanjaasuren.
Sanjaasuren substitui o ministro sudanês de Meio Ambiente, Hassan Abdelgadir Hilal, que presidia até agora o Conselho de Administração do PNUMA, organismo no qual só estavam representados 58 Estados-membros da ONU e que é substituído pela UNEA.
A nova Assembleia das Nações Unidas para o meio Ambiente estará integrada pelos 193 Estados-membros da ONU e aspira se transformar na autoridade mundial em matéria de meio ambiente.
Foi a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável Rio+20, que aconteceu no Rio de Janeiro em 2012, a que acordou transformar ao PNUMA em um organismo com adesão universal, no qual tivessem representação todos os países-membros das Nações Unidas.
"Este corpo é uma plataforma inovadora para a liderança das políticas globais em matéria meio ambiental", ressaltou hoje o dirigente sudanês.
A ministra do Meio Ambiente do Quênia, Judi Wakhungu, destacou hoje que um dos principais assuntos que serão abordados durante a assembleia será a adoção de medidas contra o contrabando ilegal de animais, uma praga neste e em outros países africanos.
"Os desafios ambientais continuam crescendo em número e complexidade. A necessidade de encontrar soluções é cada vez mais urgente", alertou a ministra queniana.
O príncipe Alberto II de Mônaco e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon irão previsivelmente à UNEA na quinta e na sexta-feira próximas, respectivamente.
Com o objetivo de situar os assuntos ambientais no centro da agenda global, a UNEA se configurará como uma assembleia subsidiária da Assembleia-Geral da ONU e se reunirá a cada dois anos.
Dois temas centralizarão a reunião da UNEA em Nairóbi: o tráfico ilegal e a caça ilegal, e a faceta ambiental dos objetivos de Desenvolvimento Sustentável, atualmente sob negociação e que devem substituir os oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio fixados pela ONU para reduzir a pobreza à metade em 2015.
Além disso, a reunião de Nairóbi acolherá dois simpósios: um sobre legislação ambiental e outro sobre o papel das finanças na chamada "economia verde".