Tecnologia

Presidente da Google prevê robôs onipresentes no bom sentido

Eric Schmidt disse que a empresa está realizando experimentos com automação para “substituir muitos hábitos repetitivos em nossas vidas”


	Robôs: Google está concentrando esforços em produtos que vão além de seu negócio principal de pesquisa na internet
 (Jeff J Mitchell/Getty Images)

Robôs: Google está concentrando esforços em produtos que vão além de seu negócio principal de pesquisa na internet (Jeff J Mitchell/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 6 de março de 2014 às 17h00.

O presidente da Google, Eric Schmidt, disse que a empresa está realizando experimentos com automação para “substituir muitos hábitos repetitivos em nossas vidas”.

“Estamos realizando experimentos relacionados àquilo aonde a automação nos levará”, disse Schmidt, ontem, em uma conferência em Santa Monica, Califórnia. “Os robôs se tornarão onipresentes em nossas vidas no bom sentido”.

A Google está concentrando esforços em produtos que vão além de seu negócio principal de pesquisa na internet em uma busca por novas fontes de tráfego de usuários e de receitas em áreas como internet móvel e vídeos on-line. A empresa também tem mostrado uma disposição para apostar em projetos mais de longo prazo, como tecnologia wearable (de vestir), robótica e carros sem motorista.

“O principal será a inteligência artificial”, disse Schmidt na conferência Oasis: The Montgomery Summit. “A tecnologia está evoluindo da capacidade de fazer uma pergunta à de dar uma recomendação relevante. Ela permitirá notar coisas com as quais você se importa e fará recomendações. Isso é possível com a tecnologia atual”.

As ações da Google, que tem sede em Mountain View, Califórnia, subiram 8,7 por cento neste ano.

Schmidt, que deixou o cargo de CEO em 2011, também conclamou os órgãos reguladores a incentivar a concorrência no serviço de internet de banda larga. A Comcast Corp., maior empresa de TV a cabo dos EUA, no mês passado fechou um acordo para compra da Time Warner Cable por US$ 45,2 bilhões, combinando duas grandes operadoras de banda larga.

“Em muitas cidades dos EUA não há um mercado competitivo para internet de banda larga”, disse Schmidt. “As reguladoras precisam estudar o que está evitando que um segundo concorrente entre nesse espaço”.


Compra de empresas

Embora a Google desenvolva algumas tecnologias internamente, a empresa não tem hesitado em buscar aquisições para somar novos produtos, nem em desfazer-se deles se não atendem as expectativas. A empresa executou mais negócios do que qualquer outra empresa do mundo nos últimos três anos até janeiro, segundo dados compilados pela Bloomberg, enquanto permaneceu em 13º lugar no ranking de maiores compradoras de empresas nos três anos anteriores.

No mês passado, a Google concluiu a aquisição da fabricante de termostatos digitais Nest Labs por US$ 3,2 bilhões, indo mais fundo no setor de hardware. Para reforçar suas experiências com robótica, a Google comprou a Boston Dynamics em dezembro, somando-a a diversas outras aquisições no setor no ano passado, e em janeiro adquiriu a DeepMind Technologies, uma empresa com sede em Londres que desenvolve inteligência artificial.

A Google, que tem US$ 60 bilhões em caixa, aumentou os investimentos em um momento em que seu tradicional negócio de publicidade on-line tem bom desempenho. No quarto trimestre, a receita, excluindo as vendas repassadas a parceiros, cresceu 11 por cento, para US$ 13,6 bilhões, superando as projeções de US$ 13,4 bilhões.

Dispositivos móveis

A Google está otimista com suas projeções mesmo com a mudança dos usuários para os dispositivos móveis, nos quais a empresa lucra menos com publicidade em comparação com as versões desktop das promoções. Nikesh Arora, diretor de negócios da empresa, disse esperar que os dispositivos sem fio mais cedo ou mais tarde ultrapassem os negócios tradicionais.

“No longo prazo, a monetização com os dispositivos móveis será um múltiplo da monetização com o desktop”, disse Arora, em uma conferência de investidores do Morgan Stanley em São Francisco. “Você tem muito mais informação e muito mais sinais quando se trata de mobilidade. Você entende onde as pessoas estão, você entende seu contexto social”.

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