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Premiê sueco prejudicou imagem de Assange, diz advogado

Segundo o advogado, governo sueco transformou o fundador do WikiLeaks em "inimigo público número um" do país

Julian Assange, o fundador do WikiLeaks, ao ser liberado da prisão em Londres (Getty Images)

Julian Assange, o fundador do WikiLeaks, ao ser liberado da prisão em Londres (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2011 às 13h22.

Londres - Um advogado do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, acusou o primeiro-ministro sueco nesta sexta-feira de prejudicar as chances de seu cliente ter um julgamento justo pelos crimes sexuais de que é acusado, ao retratá-lo como o "inimigo público número um".

O advogado de Assange, Geoffrey Robertson, que luta contra a tentativa da Suécia de extraditar o australiano da Grã-Bretanha, disse que o premiê Fredrik Reinfeldt havia criado um "ambiente tóxico" ao fazer uma declaração inflamatório sobre Assange e seus advogados.

A audiência de três dias no tribunal de Belmarsh, no sudeste de Londres, será adiado até o dia 24 de fevereiro, quando o juiz Howard Riddle deve decidir sobre a extradição de Assange.

Assange, um especialista em computação de 39 anos, enfureceu o governo norte-americano ao divulgar milhares de documentos diplomáticos secretos dos Estados Unidos em seu site. A Suécia pede a extradição dele para que possa responder a acusações de comportamento sexual impróprio feitas por duas voluntárias do WikiLeaks durante uma visita dele ao país em agosto passado.

Riddle rejeitou o pedido de Robertson por mais tempo para apresentar provas mostrando que os comentários de Reinfeldt e outros políticos suecos teriam prejudicado a possibilidade de Assange ter um julgamento justo.

Robertson disse que os suecos enxergavam Assange como "o inimigo público número 1 por causa da declaração do primeiro-ministro". Assange "tem sido denunciado como um 'inimigo do povo", disse.

Os advogados de Assange argumentam que sua transferência à Suécia poderia ser um passo para a extradição aos Estados Unidos, onde eles consideram que seu cliente poderá enfrentar a pena de morte por ter vazado informações secretas.

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