Torcedores (AFP)
Da Redação
Publicado em 18 de junho de 2014 às 14h09.
A Associação Brasileira de Defesa Vegetal (Andef) anunciou nesta quarta-feira temer que o afluxo de turistas estrangeiros durante a Copa do Mundo de 2014 possa representar a importação de 350 pragas agrícolas que até agora não eram encontradas no Brasil.
Em um comunicado transmitido esta quarta-feira à AFP, a Andef indicou que os torcedores e seus alimentos são particularmente temidos pelo risco de introduzir 225 pragas desconhecidas em território brasileiro.
Os italianos e os franceses são acompanhados de perto porque seus países de origem contam, respectivamente, com 126 e 120 parasitas que poderiam trazer riscos para os cultivos brasileiros. Eles superam por pouco os japoneses (112) e os australianos (110).
Segundo um estudo recente, as pragas estrangeiras aparecem cada vez mais no Brasil. Destaca-se, sobretudo, o caso, no fim do ano passado, da lagarta "Helicoverpa armigera", que afeta cultivos como o do tomate, originária da Austrália.
Com eventos esportivos, os riscos são maiores, destacou a Andef. Após os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, por exemplo, 35 novas pragas apareceram nos campos da China.
Por isso, as autoridades sanitárias brasileiras estão em pé de guerra. Em 9 de junho, privaram a seleção uruguaia de seu estoque de doce de leite, sua preciosa sobremesa.
O motivo: a não apresentação de um certificado sanitário segundo os termos fornecidos pelo Ministério da Agricultura.
Segundo a Andef, a cidade-sede mais exposta é Recife, região de cultivos de cana-de-açúcar, algodão e cacau. Com as partidas de Costa do Marfim, Croácia, Itália, Costa Rica, Japão, México, Alemanha e Estados Unidos, Recife poderia sofrer com a introdução de pelo menos 323 novas pragas presentes nestes países.
Segundo cálculos da Fifa, 600.000 turistas são aguardados durante o Mundial, entre 12 de junho e 13 de julho. Os maiores contingentes seriam dos Estados Unidos (187.000), Alemanha (57.000) e Argentina (56.000).
No total, são aguardados 34.000 turistas franceses.