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Positivo Octa X800

A Positivo Informática é mais famosa por seus computadores do que pelos seus smartphones. Ainda assim, a empresa entrou no mercado mobile há alguns anos com a linha Ypy, que trazia aparelhos de baixo custo e baixa qualidade. Neste ano, a Positivo buscou criar um gadget mais potente e, para isso, adotou o chip octa-core […]

X800

X800

DR

Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2015 às 17h28.

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A Positivo Informática é mais famosa por seus computadores do que pelos seus smartphones. Ainda assim, a empresa entrou no mercado mobile há alguns anos com a linha Ypy, que trazia aparelhos de baixo custo e baixa qualidade. Neste ano, a Positivo buscou criar um gadget mais potente e, para isso, adotou o chip octa-core da MediaTek. Foi assim que nasceu o Octa X800, um celular que acerta em alguns pontos e falha retumbantemente em outros. 

Design

O visual retangular lembra o formato usado pela Sony na linha Xperia. Ou seja, os cantos proeminentes e traseira reta prejudicam a ergonomia do Octa X800. As laterais contam com uma fina linha de plástico que ajuda a proteger o celular caso ele caia no chão – o que ajuda a evitar que as laterais amassem. O produto tem 7,9 milímetros de espessura em seu ponto mais fino, pouco mais do que os 6,9 mm do iPhone 6.

A tela de 5 polegadas IPS do aparelho tem resolução HD, o que já se tornou um padrão entre os smartphones que custam menos de 1 mil reais. De fato, é possível enxergar a tela a partir de diversos pontos, uma característica vital de um painel IPS. 

Os botões capacitivos não possuem nenhum desenho: nenhuma setinha, nenhuma casinha ou coisa parecida. São apenas três pontos brancos, cuja posição e função o usuário deve decorar para usar. O primeiro é o botão de “opções”, já abandonado por todas as grandes fabricantes, que deram preferência para que as opções sejam acessadas por um símbolo de “três pontos verticais” na tela, deixando a posição física na parte de baixo do smartphone para a troca de aplicativos. Esta função, que está mapeada para um toque longo no primeiro botão do Octa, deveria ter sido o padrão. O botão do meio é, como esperado, o “home” e um toque longo nele abre o Google Now. O terceiro botão é o “voltar”, numa posição estranha a qualquer usuário de Android (ou iOS, ou Windows Phone), exceto aqueles acostumados com smartphones Samsung ou da Xiaomi.

Configuração

O coração do Positivo Octa X800 é feito pela MediaTek. O processador MT6592 conta com oito núcleos Cortex A7 rodando a 1,7 GHz.  Nem todos eles funcionam ao mesmo tempo, até porque não há necessidade disso – fora que isso poderia fazer o aparelho esquentar demais, o que pode prejudicar especialmente a bateria.  Mas em tarefas pesadas, como jogar games, os núcleos são ligados conforme necessário. Isso deveria ser algo importante para a duração da bateria, mas, como você lerá mais adiante, essa afirmação não se aplica ao Positivo Octa X800. 

O smartphone tem 1 GB de RAM, GPU Mali 450, 8 GB de armazenamento interno (com cerca de 5,1 GB realmente livres) e suporte para cartões microSD. Em termos de conectividade, o gadget já está desatualizado: ele só tem 3G e Wi-Fi padrão N, duas tecnologias que não permitem aos consumidores desfrutarem, respectivamente, da velocidade da rede 4G e de roteadores que transmitem internet em 5 GHz.

Ainda assim, o Octa X800 se mostrou bom no quesito usabilidade, em linhas gerais. Quase nenhum processo se mostrou penoso, gerando gargalos de processamento ou coisas do tipo. É possível jogar games da Play Store com tranquilidade, desde que eles não sejam muito pesados, como Injustice: Gods Among US ou Asphalt 8. Falando espeficicamente deste último título, a execução não foi perfeita, apesar de ter sido melhor do que em smartphones com chipset Snapdragon 410.

Para games, o problema do Positivo Octa X800 está na bateria. Apenas uma corrida em Sega All Stars Racing drenou 3% da bateria, mesmo durando menos de 3 minutos. 

O desempenho iguala (em alguns benchmarks) ou supera (em outros benchmarks) o de smartphones com chipset Snapdragon 410, o que é interessante pela diferença de preço relativamente pequena entre ele e um Moto E (730) ou um Galaxy Win 2 Duos (780, sugerido), assim como pela diferença de qualidade da tela entre o positivo e os outros. O que não é possível saber, no entanto, é quanto um processador octa core é útil no atual momento do mercado de aplicativos.

Enquanto o próprio Android roda diferentes processos em diferentes núcleos, raramente um número suficiente de instruções está sendo executado simultaneamente para que oito cores sejam necessários. Enquanto alguns outros smartphones como o Moto X dedicam um núcleo apenas a ouvir o “Ok Google” do usuário, o positivo Octa espera desenhos na tela para abrir aplicativos específicos, como “C” para a câmera ou “W” para o Whatsapp. Estes gestos são uma adição interessante e utilizam bem os núcleos enquanto o smartphone está em standby, mas as animações que mostram o funcionamento do gesto e a abertura do app poderiam ser mais rápidas.

Veja abaixo um comparativo dos resultados de benchmarks do Positivo Octa X800 com os do Motorola Moto E.

AnTuTu (em pontos)Barras maiores indicam melhor desempenho
Octa X80028408
Moto E23358
Vellamo (em pontos)Barras maiores indicam melhor desempenho
Octa X8001875
Moto E1906
3DMark (em pontos)Barras maiores indicam melhor desempenho
Octa X8004492
Moto E2502
Quadrant (em pontos)Barras maiores indicam melhor desempenho
Octa X80012307
Moto E12012

Sistema

O Android do Positivo Octa X800 está na edição 4.4 KitKat, que não é a mais recente – apesar da empresa ter prometido a atualização para a 5.0 Lollipop. O lado bom é que são poucas as modificações em relação à versão pura do sistema. Erros comuns em produtos brasileiros, os de tradução, não aparecem no software da Positivo. Toda a experidência de uso com o produto é lisa, livre de travamentos por falta de configuração de hardware para aguentar o sistema, o que é excelente. 

Bateria

A bateria do Octa X800 foi o grande problema encontrado durante os testes realizados por INFO seguindo os padrões do INFOlab. Durante a reprodução contínua de vídeos com Wi-Fi e Bluetooth ativos e brilho de tela no máximo, o produto permaneceu ligado por menos de 4 horas. Outros concorrentes vendidos na mesma faixa de preço suportaram por, no mínimo, 5 horas. Para exemplificar claramente o problema de autonomia de energia do Octa, o Redmi 2, da Xiaomi, aguentou por mais de 9 horas (e ele custa 500 reais).

O INFOlab chegou a refazer o teste por três vezes e a conversar com a equipe da comunicação da Positivo Informática. Trocamos o produto e refizemos o teste. O resultado foi o mesmo. Com isso, após análise dos potenciais problemas do aparelho, constatou-se que o smartphone reproduzia, por padrão, os vídeos a 60 fps, mesmo que eles tenham somente 30 (ou menos). Mudando isso nas configurações, o resultado foi de 4 horas e 40 minutos de autonomia de bateria. 

Câmera

A câmera de 13 MP tem um bom desempenho em ambientes externos e internos graças à abertura de f/2, que permite que muita informação de luz seja registrada pelo sensor. No caso das fotos em que a luz do sol não entra diretamente na câmera, a qualidade de imagem é acima da média (principalmente se considerando o preço) em ISO 100, 200 e 400, mas cai rapidamente acima disso (como esperado de um sensor tão pequeno). Nas fotos em que a lente vê o sol, uma quantidade enorme de flare e uma medição ruim da iluminação tomam conta. É uma situação difícil, claro, para qualquer smartphone, mas a quantidade de flare foi gritante.

Foto por: INFOlab

Foto por: INFOlab

A câmera frontal de 5 MP também se sai bem, apesar de não ser tão boa em locais internos quanto à principal. 

Foto por: INFOlab

Foto por: INFOlab

O vídeo pode ser feito em até 1080p @30FPS, o que é muito interessante para um aparelho nessa faixa de preço. Ao assistir o vídeo em um monitor, nota-se que há um tanto de blur na movimentação. É suficiente para documentação, mas não espere gravar um clipe com este smartphone.

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=ALOE3ZvpkCE%5D

Vale a pena?

Ao olharmos a história da Positivo, é fácil notar que a empresa está no caminho certo. A evolução no segmento de smartphones não foi pequena. Ainda assim, apesar do Positivo Octa X800 ser um ótimo aparelho em diversos aspectos, não é possível recomendar um produto que tenha uma duração de bateria tão pequena durante o uso intenso.

Ficha técnica

Sistema operacionalAndroid 4.4.2(KitKat)
ChipsetMediatek MT6592
CPUCortex A7 Octa Core 1,36 GHz
GPUMali 450 MP
RAM1 GB
Armazenamento8 GB (5,1 GB livres) + microSD de até 32 GB
Conexões3G, A-GPS, Wi-fi n, Bluetooth 4.0, Rádio FM, Blutooth 4.0
Tela5'' IPS (1280 x 720p)
SensoresAcelerômetro, Proximidade, Luminosidade
Câmeras13 MP e 5 MP
Bateria4h40

Avaliação técnica

PrósCâmera decente e boa configuração
ContrasBateria com baixa duração
ConclusãoO Positivo Octa X800 é um claro sinal de que a fabricante nacional está no caminho certo. Mas ainda não é possível recomendar um celular dessa empresa.
Configuração7,7
Usabilidade7
Foto7,5
Bateria5,4
Design7,2
Média7.1
PreçoR$ 800
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