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Por que os carros estão perdendo o marcador de temperatura?

Do ponto de vista das montadoras, o trabalho dos engenheiros teria dado tão certo que marcadores de temperatura já não seriam tão necessários

A Volkswagen ainda preserva o marcador de temperatura do arrefecimento. Na foto, o quadro de instrumentos do Gol (Marco de Bari/Quatro Rodas)

A Volkswagen ainda preserva o marcador de temperatura do arrefecimento. Na foto, o quadro de instrumentos do Gol (Marco de Bari/Quatro Rodas)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de junho de 2017 às 14h13.

Última atualização em 19 de junho de 2017 às 14h13.

“Por que os carros mais recentes (como Chevrolet Onix e Honda Fit) não possuem o marcador de temperatura de água? Seria apenas uma redução de custos?” – Adriano Guimarães, São José dos Campos, SP.

Ver um carro atual (com a manutenção em dia, claro) com motor fervendo se tornou evento raro. Há pelo menos 20 anos, as fabricantes conseguiram controlar a temperatura do motor, seja pelo sistema de arrefecimento, seja pela adição de aditivo (etilenoglicol, para ser mais exato) ao fluido que circula pelo radiador e bloco do motor.

Do ponto de vista das montadoras, o trabalho dos engenheiros teria dado tão certo que marcadores de temperatura já não seriam tão necessários. Termômetros analógicos estão cada vez mais raros.

Quando muito, há um indicador digital no computador de bordo. Mas a tendência é substituir ambos por uma luz espia – uma alternativa obviamente mais barata que um termômetro com escala gradual.

Portanto, ainda há um marcador de temperatura do líquido de arrefecimento – que pode até chamar mais atenção que um ponteiro correndo para a faixa vermelha. Teoricamente, a lampadinha só vai acender se a situação realmente esquentar dentro do motor.

Na prática, porém, nem sempre isso funciona. No ano passado, a luz espia do Ford Ka testado no Longa Duração acendeu tarde demais. “Encostei assim que o alerta acendeu, desci do carro e notei que já havia vapor d’água saindo pelos vãos do capô. Com cuidado para não me queimar, abri a tampa dianteira e vi que a água também escapava pela mangueira superior do tanque de expansão do sistema de arrefecimento”, disse o editor Ulisses Cavalcante à época.

Velocímetro

No caso do Ka, a culpa do motor fervendo foi de um fusível subdimensionado. Falha rendeu recall branco (Ulisses Cavalcante/Quatro Rodas)

Na época, consideramos que a falta de um termômetro (ausente no Ford Ka desde a primeira geração, de 1997) foi crucial para que o carro ficasse parado na estrada – quando a luz se acendeu, não havia mais o que ser feito.

Mas não vá pensando que todos os termômetros analógicos ou digitais mostram a temperatura real. Na maioria deles, há um filtro que só permite que o ponteiro se movimente quando houver anomalia no arrefecimento. O líquido pode estar a 80°, 85° ou mesmo 95°, mas o ponteiro estará imóvel em 90°. Isso evita que alguns proprietários procurem por uma concessionária desesperados, por nada.

Considerações técnicas à parte, o futuro do marcador de temperatura parece fadado a uma das opções de tela em automóveis equipados com computador de bordo, fora do layout básico dos painéis de instrumentos. Normal. Ou você também sente falta de manômetro de óleo, voltímetro e vacuômetro atrás do volante?

Este conteúdo foi originalmente publicado no site da Quatro Rodas.

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