Ferramenta já teve problemas no Brasil e na Alemanha (SOPA Images / Colaborador/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 4 de setembro de 2024 às 11h18.
Após a recente prisão de Pavel Durov, fundador do Telegram, na França, acendeu o sinal amarelo para os negócios da rede social. A empresa também enfrenta problemas na Coreia do Sul.
A principal autoridade policial do país anunciou uma investigação preliminar sobre o suposto papel da plataforma em instigar crimes sexuais, de acordo com um relatório da agência de notícias local Yonhap.
Isso ocorre no contexto dos esforços da Coreia do Sul para combater a disseminação de pornografia deepfake que tem como alvo mulheres jovens, incluindo adolescentes.
Durov, o bilionário russo de 39 anos, foi preso pelas autoridades francesas após uma investigação preliminar sobre o Telegram iniciada em 8 de julho.
Semelhante ao caso da Coreia do Sul, as autoridades francesas estavam investigando o papel da plataforma na distribuição de imagens pornográficas de menores, bem como na facilitação do crime organizado, tráfico de drogas e fraude, de acordo com a CNBC.
Durov foi acusado de não tentar bloquear tais atividades criminosas na plataforma. O Telegram disse que cumpre as leis da UE e que Durov não tinha "nada a esconder".
De acordo com a reportagem da Yonhap na segunda-feira, Woo Jong-soo, chefe do Escritório Nacional de Investigação, fez conexões entre o caso deles e o da França e disse que havia planos de colaboração com seus colegas franceses e outras instituições internacionais.
A investigação pode ser complicada pelo fato de que o Telegram não fornece prontamente dados de investigação, como informações de conta, a nenhum órgão investigativo estadual, incluindo os dos EUA.
Embora a prisão de Durov tenha sido vista como uma atitude sem precedentes, a plataforma enfrentou recentemente problemas legais em outros países, como Brasil e Alemanha, sobre preocupações envolvendo conteúdo ilegal e prejudicial.
As investigações na Coreia ocorrem em meio à pressão sobre as autoridades para responder a um número crescente de relatórios detalhando como grupos do Telegram, alguns com até 220.000 membros, foram usados para compartilhar imagens deepfake com teor sexual. Esta não é a primeira vez que o Telegram está no centro de discussões no país.
Em 2020, as autoridades sul-coreanas prenderam um líder de uma rede online que usava o Telegram para chantagear e coagir mulheres e crianças a compartilhar imagens explícitas de si mesmas. Nenhuma ação legal foi tomada contra o Telegram na época.