Oura ring: fabricante do anel foi fundada em 2013 na cidade de Oulu, norte da Finlândia (Getty Images)
Repórter
Publicado em 28 de setembro de 2025 às 08h09.
Última atualização em 28 de setembro de 2025 às 08h14.
Mais discreto que um relógio e com sensores mais próximos da corrente sanguínea, o anel da Oura vem ganhando espaço como o novo item obrigatório entre executivos, investidores e empreendedores ligados à indústria de tecnologia. A peça, que custa a partir de US$ 350 (cerca de R$ 1.900), promete ajudar seus usuários a monitorar o sono, a atividade física e o chamado “nível de prontidão” para o dia seguinte.
A startup finlandesa por trás do produto, a Oura Health, afirma já ter passado da cada dos 2,5 milhões de unidades somente em 2024. A expectativa é atingir US$ 1 bilhão em receita em 2025.
A proposta do produto é transformar cada usuário no “CEO da própria saúde”, por meio de um dispositivo que oferece análises sobre padrões que normalmente passariam despercebidos. Ao contrário de outros wearables, como relógios inteligentes, o anel mede os sinais diretamente do dedo, o que permite leituras mais precisas de frequência cardíaca, temperatura corporal e variabilidade da pulsação — indicadores usados para prever fadiga, queda de imunidade ou episódios de estresse.
A interface é centrada em três pilares: sono, atividade e prontidão. A pontuação de prontidão, por exemplo, cruza dados da noite anterior com padrões fisiológicos históricos do usuário para indicar se é um bom dia para atividades intensas ou se é melhor reduzir o ritmo. O aplicativo ainda oferece sugestões, como beber mais água, fazer pausas ou dormir mais cedo — sem notificações invasivas, segundo a empresa.
O anel ganhou adeptos como Mark Zuckerberg, fundador da Meta, Michael Dell, da Dell Technologies, e Gwyneth Paltrow, atriz e empresária. Nos bastidores do Vale do Silício, o uso do acessório já virou quase um indicativo informal de quem está na vanguarda da auto-otimização com base em dados.
A Oura afirma ter uma “vala de dados” de 15 bilhões de horas de uso, o que fortalece seus algoritmos de personalização. Esse banco é considerado um trunfo contra a chegada de concorrentes mais capitalizados, como a Samsung, que lançou um anel próprio em 2024, e a Apple, que teria planos semelhantes em desenvolvimento.
Para manter o diferencial, a startup tem apostado em expandir o ecossistema ao redor do anel, oferecendo relatórios mais interpretativos, integração com outros sensores (como monitores de glicose) e experiências dentro do app, como histórias para dormir e planos de recuperação para fuso horário, jet lag e infecções leves.
A empresa também passou a destacar um compromisso com privacidade, permitindo ao usuário deletar totalmente seus dados e garantindo que informações não sejam compartilhadas com terceiros sem consentimento explícito.