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Pokémon Go altera a rotina em São Paulo

O que os paulistanos realmente querem na Avenida Paulista, nos últimos dias, é jogar Pokémon Go


	Pokémon GO: dominou os smartphones e transformou os transeuntes em verdadeiros zumbis
 (Gabriel Rossi/STF/Getty Images)

Pokémon GO: dominou os smartphones e transformou os transeuntes em verdadeiros zumbis (Gabriel Rossi/STF/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2016 às 22h19.

São Paulo - Nem comida gourmet nem ciclovia. O que os paulistanos realmente querem na Avenida Paulista, nos últimos dias, é jogar Pokémon Go.

O aplicativo dos monstrinhos virtuais, que chegou ao Brasil na última quarta-feira, 3, dominou os smartphones e transformou os transeuntes de São Paulo em verdadeiros zumbis, assim como nos quase 60 países onde o game está disponível no mundo.

Embora o desenho seja voltado para crianças, Pokémon Go não tem restrição de idade. O analista de sistema Marcos Alexandre, 34 anos, comemorava em voz alta com os amigos a captura de um "Pidgey", um dos monstrinhos do jogo.

"Alguém vai acabar sendo atropelado nessa brincadeira", disse, enquanto atravessava a rua. Do outro lado da rua estava a arquiteta Denise Córdoba, 38 anos, que trouxe dois filhos pequenos para jogar. Jonatas, 11 anos, e Felipe, 6 anos, não tiravam os olhos do celular. "Não pude levá-los para a escola hoje, então os trouxe para brincar", disse a mãe.

A rotina de prédios conhecidos também foi alterada. Diversos deles se tornam "ginásios" - locais onde é possível promover batalhas entre pokémons - ou "pokestops", onde o jogador coleta itens que ajudam na evolução do personagem. O prédio da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), por exemplo, é um pokestop.

"Tem muita gente andando pela faculdade para capturar pokémon", conta o estudante de administração Matheus Assy, 21 anos. "Estão até matando aula."

No prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a expressão "pagar o pato", usada em campanha da entidade contra o aumento de impostos, ganhou novo significado. Afinal, na região, o que os jogadores realmente querem agora é capturar um Psyduck. Um pokémon pato.

A adesão em massa dos brasileiros - e de jogadores de outros países da América Latina - deve ter grande impacto no número de usuários do jogo, embora a Niantic, principal desenvolvedora do game, não divulgue números sobre a estreia na região. Algumas empresas do mercado dão pistas do sucesso do game, como a norte-americana App Annie.

Ela informou que Pokémon Go assumiu a liderança da lista de aplicativos mais baixados em iPhones no Brasil em apenas um dia.

Reunião de amigos

Jogar Pokémon Go virou uma boa desculpa para sair de casa e explorar a cidade, não só na região da Avenida Paulista. Na tarde desta quinta, 4, Romero Muniz, 25 anos, que ficou desempregado recentemente, chamou dois amigos para caçar pokémons no Parque do Ibirapuera.

"Cheguei aqui há mais de quatro horas e não parei", diz o jovem, sem desgrudar o olho da tela do celular. "O Ibirapuera reúne mais pessoas, o que atrai mais pokémons."

A aventura no Ibirapuera rendeu frutos. "Já tenho mais de 570 pokémons em minha coleção", conta Muniz, com um sorriso no rosto e a certeza que voltará amanhã com os amigos. "Só hoje, foram mais de 300."

Muniz não foi o único a aproveitar a tarde para jogar. João Oliveira e Gabriela Voltri estão em férias e, em meio às partidas de basquete, resolveram jogar Pokémon Go. A namorada, porém, virou espectadora depois que a bateria de seu celular se esgotou - um efeito colateral de escolher um jogo "pesado".

Ali perto, dois amigos já aprenderam a lição e só saem de casa com baterias extras. "Moro no Morumbi e lá não tem tantos pokémons", explica Olavo Muratorio. "O jeito é pegar o celular, a bateria e sair jogando por aí."

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