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Plano dos EUA não garante metas climáticas, diz estudo

Nações terão de intensificar significativamente suas ações para conter o aquecimento global, diz relatório de um grupo de cientistas

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 4 de junho de 2014 às 11h47.

Bonn - Um plano dos Estados Unidos para reduzir as emissões de gases de efeito estufa de usinas de energia não é suficiente para atingir os seus objetivos de limitar as alterações climáticas, e todas as nações terão de intensificar significativamente suas ações para conter o aquecimento global, diz um relatório de um grupo de cientistas divulgado nesta quarta-feira.

O governo norte-americano anunciou planos na segunda-feira para reduzir até 2030 as emissões das usinas de energia em 30 por cento abaixo dos níveis de 2005, como um ponto-chave de uma política dos EUA para combater as mudanças climáticas.

Niklas Hoehne, da Ecofys - que compilou os relatórios do Climate Action Tracker com o do grupo de pesquisa Climate Analytics e o do Instituto Potsdam Pik - disse que o plano nem sequer garante que os Estados Unidos consigam atingir uma meta nacional já existente, formulada em 2009, de um corte de 17 por cento abaixo dos níveis de 2005 até o ano de 2020.

O mundo está a caminho de ultrapassar um limite máximo acordado para aumentos médios de temperatura de 2 graus Celsius acima das temperaturas dos tempos pré-industriais, considerado um limite para as secas, agravamento das ondas de calor e elevação dos mares, dizem cientistas.

"Cada pequeno passo tem de ser bem-vindo... mas isso não é o suficiente para atingir a meta de 2 graus Celsius", disse Bill Hare, da Climate Analytics, em entrevista coletiva.

"Todos os governos terão de aumentar significativamente as suas ações em relação às mudanças climáticas - tanto antes de 2020 como depois", para ficar abaixo de 2 graus Celsius, de acordo com o relatório, divulgado durante uma reunião da ONU em Bonn, na Alemanha, entre 4 e 15 de junho, sobre formas para limitar o aquecimento global.

O Climate Action Tracker sugeriu que até 2030 as emissões dos Estados Unidos ficariam apenas cerca de 10 por cento abaixo dos níveis de 2005, aproximadamente igual aos níveis atuais, a menos que medidas mais severas sejam tomadas em vários setores, do transporte até agricultura.

Em todo o mundo as emissões de gases de efeito estufa teriam de cair para zero em algum momento entre 2060 e 2080, mais ambicioso do que os planos de longo prazo de qualquer país - para haver chances de limitar o aquecimento a menos de 2 graus Celsius.

Com base nas tendências atuais, a entidade disse que as temperaturas devem aumentar em cerca de 3,7 graus Celsius e já subiram cerca de 0,8 graus desde a Revolução Industrial.

Quase 200 nações concordaram com a meta de 2 graus em 2010, e a reunião de Bonn, com autoridades e ministros, é parte de um trabalho para um acordo que deverá ser firmado em uma cúpula em Paris, no final de 2015.

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