Tecnologia

Pioneiro de miniaturização eletrônica vence 'Nobel de tecnologia'

A nanotecnologia do ALD teve sua aplicação em grande escala nos anos 1990 e desde então melhorou a vida útil de computadores e smartphones no mundo inteiro

Inovação: Tuomo Suntola desenvolveu o ALD em 1974 para substituir as telonas em hospitais por telas planas e eletroluminescentes (Reuters/Reuters)

Inovação: Tuomo Suntola desenvolveu o ALD em 1974 para substituir as telonas em hospitais por telas planas e eletroluminescentes (Reuters/Reuters)

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AFP

Publicado em 22 de maio de 2018 às 17h03.

Última atualização em 22 de maio de 2018 às 17h09.

O físico finlandês Tuomo Suntola venceu nesta terça-feira (22) o prêmio Millennium Technology, considerado o "Nobel de tecnologia", por sua contribuição à miniaturização e modernização dos celulares e computadores.

"A inovação contemplada, o ALD (Atomic Layer Deposition), é uma nanotecnologia usada no mundo inteiro", declarou em comunicado a Academia de Tecnologia da Finlândia, que atribui o prêmio.

O ALD é um processo de armazenamento de finas camadas, da espessura de um átomo, que conduz pouco ou nada de eletricidade, mas permite que as forças eletrostáticas se manifestem.

Hoje em dia uma grande quantidade de dispositivos, como computadores, smartphones, microprocessadores e outros artefatos digitais, usam ALD, que melhora seu desempenho e também sua vida útil.

"As películas isolantes ou condutoras extremamente finas, que são necessárias nos microprocessadores e na memória dos computadores, são fabricadas com a tecnologia ALD desenvolvida por Tuomo Suntola", acrescentou a Academia.

Suntola, de 74 anos, desenvolveu o ALD em 1974 para substituir as telonas em hospitais - grandes e complexas - por telas planas e eletroluminescentes.

"A princípio, não tínhamos laboratório, mas eu tinha a tabela periódica dos elementos colada na parede e, olhando para ela, me ocorreu fazer uma mistura a partir de seus componentes", contou o físico à AFP antes da cerimônia de premiação, organizada em Helsinque, nesta terça-feira à tarde.

Essa tecnologia teve o seu advento nos anos 1990, quando foi aplicada na indústria em grande escala para começar a fabricar materiais muito finos para o setor de alta tecnologia.

"O ALD permitiu aumentar consideravelmente a densidade dos componentes. Em outros termos, não teríamos as capacidades que conhecemos hoje em nossos smartphones e computadores sem a tecnologia ALD", explicou o cientista.

Tuomo Suntola, doutor em Física de Elétrons na Universidade de Tecnologia de Helsinque, contou que entrou na Física quando era adolescente, na época em que começou a construir rádios com seus amigos.

Este prêmio, que concede ao vencedor um milhão de euros, foi criado em 2004 e é considerado o equivalente tecnológico dos prêmios Nobel suecos para as ciências, nos quais a recompensa é menor - 890 mil euros - e suas categorias foram criticadas como defasadas.

Entregue a cada dois anos, o prêmio distingue inovações recentes, disponíveis para o grande público e que "melhoram a qualidade de vida das pessoas em longo prazo".

Suntola sucede o britânico Tim Berners-Lee, um dos primeiros a desenvolver a ideia de uma rede mundial conectada, e o cidadão americano nascido na Finlândia Linus Torvalds, criador do programa livre Linux.

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