Tecnologia

Pesquisadores descobrem que vírus do ebola evolui lentamente

Para o pesquisador Etienne Simon-Loriere, a constante monitoração do vírus é essencial, para estarmos cientes de eventuais mutações


	Ebola: vírus evolui mais lentamente que outros como o da gripe ou o da HIV
 (Frederick Murphy/CDC/Handout via Reuters)

Ebola: vírus evolui mais lentamente que outros como o da gripe ou o da HIV (Frederick Murphy/CDC/Handout via Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de janeiro de 2015 às 18h14.

Paris - O vírus do ebola evolui mais lentamente que outros como o da gripe ou o da HIV, "e não ao contrário, como disseram", assegurou nesta quinta-feira à Agência Efe um especialista do Instituto Pasteur, um dos principais centros de pesquisa desta epidemia.

"A principal característica dos vírus de transmissão aérea é a tendência de evoluir mais rapidamente. O do ebola, por sorte, não se comporta da mesma maneira", afirmou Etienne Simon-Loriere, pesquisador do Instituto Pasteur, em entrevista por telefone.

O especialista explicou que o Instituto permanece trabalhando nas potenciais mutações da cepa, procedente de Serra Leoa, e disse "os resultados preliminares mostram que, felizmente, o vírus do ebola evolui mais lentamente que o da gripe ou o do HIV, e não ao contrário, como foi dito".

Para Simon-Loriere, a constante monitoração do vírus é essencial, para estarmos cientes de eventuais mutações.

O pesquisador disse que o fenômeno de pessoas que foram expostas ao vírus sem apresentar qualquer sintoma é "muito interessante".

"Isto é algo comum e acontece com diversas doenças, se trata de pessoas com um sistema imunológico extraordinário. Mas infelizmente, não podemos assegurar que estes portadores assintomáticos também não tenham a capacidade de contagiar outras pessoas", explicou.

A respeito do desenvolvimento de uma vacina contra a doença, Simon-Loriere afirmou que atualmente o centro no qual trabalha tem dois estudos de correntes.

"A primeira, que está na segunda fase de desenvolvimento, é uma variação da vacina do sarampo, uma vacina infantil aplicada desde sempre. Nosso trabalho consiste em implementá-la para lutar contra o ebola, é um processo científico bastante complicado. Não podemos dar uma data de quando estará pronta", disse.

A outra vacina em desenvolvimento "faz parte do grupo de vacinas utilizadas em tratamentos genéticos, que costumam funcionar bem e tem a vantagem de poder ser administrada em pessoas que já foram expostas ao vírus. É semelhante à vacina antirrábica, que é aplicada na pessoa depois de ter sido mordida. No caso do ebola, seria parecido", esclareceu.

De acordo com dados da OMS, o primeiro caso do novo surto de ebola - primeiro registrado no oeste africano - aconteceu em dezembro de 2013 na Guiné e de lá expandiu para a Libéria e Serra Leoa.

Cerca de 22 mil pessoas foram infectadas, dessas, quase 9 mil morreram.

Acompanhe tudo sobre:DoençasEbolaEpidemiasSaúde

Mais de Tecnologia

Gigantes das redes sociais lucram com ampla vigilância dos usuários, aponta FTC

Satélites da SpaceX estão causando interferência nos equipamentos de pesquisadores, diz instituto

Desempenho do iPhone 16 chama atenção e consumidores preferem modelo básico em comparação ao Pro

iPhone 16 chega às lojas – mas os recursos de inteligência artificial da Apple, não