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Pesquisadores descobrem anticorpos que neutralizam zika

Até o momento não existe nenhuma vacina para se proteger do zika, ao contrário da dengue


	Zika: até o momento não existe nenhuma vacina para se proteger do zika, ao contrário da dengue
 (Alvin Baez / Reuters)

Zika: até o momento não existe nenhuma vacina para se proteger do zika, ao contrário da dengue (Alvin Baez / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 23 de junho de 2016 às 14h00.

Pesquisadores europeus anunciaram nesta quinta-feira que descobriram "poderosos" anticorpos que são capazes de "neutralizar" o vírus zika, uma descoberta que abre caminho para uma vacina contra este vírus, que está relacionado a uma série de problemas cerebrais.

Em testes realizados em laboratório, os anticorpos permitiram "neutralizar" o zika e o vírus da dengue, "o que poderia levar ao desenvolvimento de uma vacina universal" que protegeria contra as duas doenças, indicaram os pesquisadores na revista Nature.

Esta descoberta coincide com um outro estudo, também publicado nesta quinta-feira, que sugere que a recente explosão de zika vírus na América Latina poderia ter sido favorecida por uma pré-exposição à dengue.

Os dois vírus têm vários aspectos em comum. Pertencem à família dos flavovírus, transmitidos especialmente por mosquitos.

Pesquisadores do Instituto Pasteur, do CNRS e do Imperial College de Londres, que já estudavam os anticorpos capazes de combater a dengue, passaram a analisar igualmente o zika vírus.

Eles selecionaram dois anticorpos EDE capazes de parar a dengue e descobriram que um entre elas era particularmente eficaz para "neutralizar" o zika.

A partir daí, conseguiram reconstituir o local preciso onde este anticorpo se fixa sobre a proteína que envolve o vírus zika e descobriram que era o mesmo local que sobre o vírus da dengue.

A descobreta, segundo Félix Rey, responsável pelo laboratório de virologia estrutural do Instituto Pasteur (Paris), que dirigiu o estudo, foi "totalmente inesperada".

De acordo com Juthathip Mongkolsapaya, outro pesquisador, trata-se dos "primeiros anticorpos muito poderosos" descobertos contra o zika, um vírus considerado por muito tempo como pouco perigoso.

Mas a epidemia que atinge os países da América do Sul, especialmente o Brasil, fez aparecer complicações neurológicas e sobretuto graves anomalias no desenvolvimento cerebral (microcefalia) dos fetos de mães infectadas com o zika, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma "urgência de saúde pública de nível internacional" em fevereiro.

Até o momento não existe nenhuma vacina para se proteger do zika, ao contrário da dengue, que já dispõe de uma vacina desenvolvida pelo laboratório francês Sanofi.

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