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Publicado em 26 de março de 2025 às 15h18.
Pesquisadores do Instituto de Automação da Academia Chinesa de Ciências anunciaram, em 25 de março, o desenvolvimento do primeiro dispositivo vestível de estimulação magnética transcraniana repetitiva (rTMS) supraliminar, alimentado por bateria. O dispositivo usa pulsos magnéticos intensos para tratar doenças neurológicas e psiquiátricas, como depressão e AVC, e oferece maior praticidade no tratamento, além de abrir novas possibilidades para a pesquisa em neurociência. O estudo foi publicado na revista Nature Communications.
A rTMS é uma técnica de neuromodulação não invasiva comumente usada no tratamento de depressão. Dispositivos tradicionais de rTMS operam com frequências elevadas de pulsos magnéticos, gerando correntes de milhares de amperes na bobina, o que exige potências de vários quilowatts. Esses sistemas convencionais são pesados, com mais de 50 kg, limitando sua aplicação clínica e científica.
O novo dispositivo desenvolvido pelos pesquisadores chineses reduz o peso de 55 kg para apenas 3 kg e é alimentado por bateria, permitindo seu uso vestível em qualquer ambiente.
Jiang Tianzai, pesquisador do Instituto de Automação da Academia Chinesa de Ciências e autor correspondente do estudo, destacou:
— "Nosso novo dispositivo impede o peso total de 55 kg para apenas 3 kg e é alimentado por bateria, permitindo seu uso vestível em qualquer ambiente."
Nos testes realizados em humanos, o dispositivo induziu respostas musculares nas mãos e pernas dos voluntários. Esta foi a primeira vez que a neuromodulação por pulsos magnéticos foi realizada enquanto os indivíduos caminhavam livremente. O estudo revelou novas interações dinâmicas entre o sistema nervoso central e os músculos de diferentes partes do corpo.
Jiang Tianzai enfatizou o grande potencial clínico e científico do dispositivo, especialmente no tratamento de doenças psiquiátricas como a depressão, permitindo que os pacientes utilizem o dispositivo a qualquer hora e em qualquer lugar.
Além disso, ele destacou o avanço na pesquisa neurocientífica, permitindo a análise das mudanças dinâmicas da função cerebral em cenários naturais e a verificação da interação entre diferentes áreas do cérebro durante o movimento livre.