Vida de bateria curta é um problema cada vez mais grave para os consumidores (John Lee/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 27 de outubro de 2010 às 15h09.
Helsinque - Fazer com que a bateria de um celular dure 10 vezes mais é a primeira meta de um grande projeto de pesquisa que a IBM, Infineon e algumas universidades europeias revelaram na quarta-feira.
O novo projeto de pesquisa, conhecido como Steeper, também quer reduzir a necessidade de energia de outros aparelhos eletrônicos, tais como televisores ou supercomputadores, em até 10 vezes quando estiverem ativos e praticamente eliminar o consumo de eletricidade quando estiverem em standby.
A vida de bateria curta é um problema cada vez mais grave para os consumidores que precisam recarregar seus celulares diariamente, e também para os grandes fabricantes de celulares inteligentes como Nokia, Apple e RIM.
"A tecnologia de baterias não acompanhou a crescente demanda de energia dos celulares inteligentes atuais. Portanto, a administração e eficiência energética é o maior desafio que os fabricantes de celulares inteligentes enfrentam para oferecer aos consumidores uma experiência simples e satisfatória de uso", disse Tim Shepherd, analista da Canalys.
Os aparelhos eletrônicos hoje respondem por 15 por cento do consumo de energia de um domicílio, de acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), e sua necessidade de energia triplicará até 2030.
"Nossa visão é divulgar essa pesquisa de modo a permitir que fabricantes produzam o aparelho ideal da eletrônica, um computador que utilize pouquíssima energia quando estiver em pausa, o que chamamos de PC zero watt", disse Adrian Ionescu, da École Polytechnique Féderale de Lausanne, coordenador do projeto.
Os cientistas aplicarão nanotecnologia para reduzir o consumo de energia, o custo e estender a duração da bateria dos aparelhos, com o objetivo de reduzir ao menos para a metade a voltagem operacional de que os transistores precisam para operar.
"Uma melhora de mil vezes no desempenho de um supercomputador significa a necessidade de mil vezes mais energia para que funcione. Seria preciso uma usina de energia ao lado da central de processamento de dados", disse Heike Riel, que comanda o grupo de nanotecnologia eletrônica no centro de pesquisa da IBM em Zurique.
Centrais de processamento de dados de empresas como o Google já utilizam mais de 1 por cento da energia mundial, e sua demanda por energia vem subindo rapidamente devido à tendência de terceirização da computação.
O uso de energia em modo de espera já responde por 10 por cento de consumo de eletricidade em residências e escritórios, estimou a União Europeia.