Tecnologia

Pesquisa descobre 169 espécies na Amazônia

Entre os achados, estão 14 plantas e 155 animais, sendo a maioria (112) de aracnídeos

Mico rondoni: entre os animais maiores descritos agora destaca-se um novo macaquinho, o Mico rondoni (DuSantos/Wikimedia Commons)

Mico rondoni: entre os animais maiores descritos agora destaca-se um novo macaquinho, o Mico rondoni (DuSantos/Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2014 às 11h43.

São Paulo - Em somente quatro anos de trabalho na maior floresta tropical do mundo, a Amazônica, pesquisadores do Museu Paraense Emílio Goeldi descobriram a existência de 169 novas espécies da fauna e da flora. O levantamento, que contou com a participação de quase mais cientistas do que espécies, será anunciado nesta quarta-feira, 19, pelo museu.

Entre os achados, estão 14 plantas e 155 animais, sendo a maioria (112) de aracnídeos. Há ainda 12 espécies de peixes, 10 de aves, 10 de anfíbios, 6 de répteis, 4 de dípteros (grupo dos mosquitos e moscas) e um mamífero - um pequeno primata.

A distribuição mais pendente para o lado dos invertebrados não surpreende, uma vez que obviamente eles ocorrem em maior quantidade na natureza. No entanto as descobertas nessa área sempre foram um pouco mais lentas - tanto pelas inúmeras dificuldades em estudar animais tão diminutos quanto pelo pouco interesse do público em geral em espécies que não estão claramente à vista.

O novo achado, segundo o zoólogo Alexandre Bonaldo, ganhou em rapidez por estar inserido em um grande projeto internacional que visa a identificar, em todo mundo, gêneros e espécies da família Oonopidae - que reúne pequeníssimas aranhas de 2 mm a 5 mm.

O Inventário da Biodiversidade Planetária (PBI) envolve pesquisadores de 20 instituições de todo o mundo e permite que eles descrevam espécies em uma plataforma online.

"Com as ferramentas cibernéticas é possível fazer descrições estruturadas, que podem ser comparadas com as dos outros colegas, o que facilita e acelera a descoberta de novidades", afirma o pesquisador.


Bonaldo trabalhou basicamente com exemplares que estavam há muitos anos em coleções de museus aguardando identificação.

"Descrever invertebrado é uma coisa sem fim. É uma diversidade tão grande, e as pessoas tendem a não prestar muita atenção, mas são peças importantes do ecossistema. Para preservar é preciso saber o que tem ali", diz.

Essas aranhas, em especial, são predadoras, que comem outros pequenos insetos e acabam atuando no processo de decomposição da matéria orgânica que se acumula no solo, na chamada serrapilheira (camada do solo de florestas feita de folhas e ramos misturados à terra).

Vertebrados.

Entre os animais maiores descritos agora destaca-se um novo macaquinho, o Mico rondoni, que, como o nome leva a entender, existe somente em Rondônia, na área entre os Rios Mamoré, Madeira e Ji-Paraná. Por muito tempo ele foi confundido com uma outra espécie, o Mico emiliae, que ocorre no Pará.

A nova espécie está ameaçada pelo intenso desmatamento no Estado, principalmente no entorno da BR-364. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:AnimaisFlorestasAmazônia

Mais de Tecnologia

Adobe compra plataforma de marketing digital Semrush por US$ 1,9 bilhão

Cão-robô da Boston Dynamics já atua em mais de 60 forças policiais no mundo

China busca autossuficiência em tecnologia com Huawei no centro

Europa enfrenta entraves para ampliar produção de chips com apoio da TSMC