A PeopleSoft, fabricante de softwares corporativos, recusou a oferta de 6,3 bilhões de dólares feita pela Oracle. Desta vez, a afirmação da empresa é que a união pode violar as leis antitruste. "Estes atrasos e incertezas, combinados com as intenções divulgadas da Oracle de suspender produtos da PeopleSoft, iriam submeter a empresa a danos irreparáveis", disse a empresa em documento registrado na Securities and Exchange Commission (SEC).

A Oracle, segunda maior fabricante mundial de softwares, aumentou na quinta-feira (19/6) a oferta anterior pela concorrente PeopleSoft. "Nos últimos dias, executivos da Oracle tiveram oportunidade de falar com acionistas da PeopleSoft e muitos deles indicaram por qual preço estariam dispostas a vender suas ações", disse Larry Ellison, presidente da Oracle, ao jornal Finacial Times. A nova oferta de Ellison paga um prêmio 29% maior aos acionistas da PeopleSoft.

O porta-voz da Oracle Jim Finn criticou a decisão da PeopleSoft de rejeitar a nova proposta. "Mais uma vez, a diretoria da PeopleSoft colocou os interesses administrativos em primeiro lugar, ignorando o apelo dos acionistas de manter um contato com a Oracle", afirmou Finn.

A PeopleSoft prosseguiu na quinta-feira o plano de adquirir a concorrente J.D. Edwards por 1,75 bilhão de dólares. A Oracle afirmou publicamente ser contra este negócio.

A Oracle também diz que irá dar início a um processo contra a PeopleSoft alegando que a empresa "não cumpriu suas obrigações de remuneração dos acionistas" ao recusar a primeira oferta de compra e dar prioridade à consolidação do acordo com a J.D. Edwards.

Na sexta-feira (13/06), a J.D. Edwards deu entrada em dois processos judiciais contra a Oracle alegando danos e pedindo que a Justiça bloqueie a tentativa de a empresa adquirir a PeopleSoft. Em um dos processos, a J.D. pede um ressarcimento de 1,7 bilhão de dólares por compensação de danos.