Tecnologia

Paul Jacobs, da Qualcomm, lança o Brew no Brasil

Paul Jacobs é vice-presidente executivo da Qualcomm, uma das empresas de telecomunicações mais bem-sucedidas do mundo. Fundada por seu pai, Irwin Jacobs, a Qualcomm é dona das patentes sobre o padrão CDMA, usado por operadoras celulares de todo o mundo (no Brasil, é o padrão de escolha da Brasilcel). Não é pouca coisa. Com a […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h25.

Paul Jacobs é vice-presidente executivo da Qualcomm, uma das empresas de telecomunicações mais bem-sucedidas do mundo. Fundada por seu pai, Irwin Jacobs, a Qualcomm é dona das patentes sobre o padrão CDMA, usado por operadoras celulares de todo o mundo (no Brasil, é o padrão de escolha da Brasilcel). Não é pouca coisa. Com a crise mundial do mercado de telecomunicações e o atraso do lançamento das redes celulares de terceira geração, a tecnologia da Qualcomm mostrou-se a alternativa viável para as companhias telefônicas que querem explorar serviços de dados sem ter de fazer investimentos em uma nova infra-estrutura. Em 2002, a empresa faturou cerca de 3,4 bilhões de dólares.

Jacobs deve visitar o Brasil esta semana, para participar da Telexpo, uma feira de telecomunicações que vai até o próximo dia 28, em São Paulo. Ele vem para o lançamento de uma nova tecnologia, chamada Brew. Trata-se de uma plataforma tecnológica para facilitar a criação e a distribuição de programas que possam ser acessados pelo celular. Na semana passada, Jacobs conversou com o Portal Exame da sede da Qualcomm, em San Diego (costa oeste dos Estados Unidos). Ele falou da estratégia da empresa e do futuro dos serviços de dados nos telefones celulares.

Portal EXAME: A empresa fez uma aposta importante no sistema Brew. O que isso significa ?

Paul Jacobs: Bem, primeiro é preciso entender as dimensões da nossa estratégia. O Brew é uma espécie de grande mercado para aplicações que podem ser acessadas pelo celular. Os desenvolvedores contribuem escrevendo programas, e as operadoras podem revender esses programas para seus clientes. Nós, da Qualcomm, vamos administrar esse mercado e vamos vender a tecnologia que vai torná-lo possível. Antigamente, era difícil colocar um programa num telefone celular. As operadoras sempre quiseram ganhar dinheiro com os serviços de valor agregado, mas para isso dependiam dos fabricantes de equipamentos e das empresas de software. O WAP foi um grande fracasso justamente porque as aplicações não se adaptavam aos aparelhos. Com o Brew, isso muda. Temos a condição de vender programas criados especialmente para os telefones celulares. E isso faz uma grande diferença. Além disso, toda a distribuição dos programas será centralizada pela Qualcomm.

Portal EXAME: Mas, em todo o mundo, o uso de serviços de valor agregado nos celulares ainda é muito pequeno.

Jacobs: Já temos alguns casos de sucesso, especialmente com os tons de chamada (o usuário pode carregar músicas personalizadas em seu aparelho) e também com o envio de fotografias. Temos também programas de bate-papo, jogos e até mesmo a possibilidade de monitorar uma câmera pelo telefone. Por exemplo, você instala uma webcam em casa e de vez em quando pode olhar se está tudo em ordem. As aplicações são inúmeras, e muitas ainda nem sequer foram inventadas. É preciso ficar claro que a internet pelo celular é muito diferente da que conhecemos no PC.

Portal EXAME: E como a Qualcomm vai ganhar dinheiro com o Brew?

Jacobs: Hoje o projeto ainda não se pagou. Estamos na fase de investimentos, e temos mais de 400 pessoas trabalhando no Brew. A idéia é que precisamos criar uma cultura de uso do celular para serviços de dados.

Portal EXAME: O senhor acredita que as operadoras vão ganhar dinheiro com esses serviços, especialmente em países pobres como o Brasil?

Jacobs: Nossa experiência mostra que quando há algum dinheiro extra no orçamento doméstico, as pessoas tendem a gastar com entretenimento. É claro que sabemos que há diferenças entre os países. Mas não esqueça que, para muita gente, o primeiro contato com a internet será pelo celular.

Portal EXAME: Muito se fala sobre a substituição do telefone fixo pelo celular. O que o senhor pensa disso?

Jacobs: Já temos histórias assim em Hong Kong e na Coréia do Sul. Parece-me algo natural. As pessoas cada vez mais se perguntam por que ir até um telefone, se ele pode estar comigo em todos os momentos. O celular não é mais um luxo. Para muita gente, ele já se tornou um objeto de primeira necessidade. Além disso, em alguns países ele pode significar uma maneira mais barata de levar o telefone à população, como no caso da Índia e do próprio Brasil.

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