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Partido Pirata vem à Campus Party para angariar assinaturas e oficializar sua criação

Grupo, ainda considerado um movimento, busca juntar 500 mil assinaturas até outubro deste ano e entrar na disputa das eleições em 2016

partido (Gustavo Gusmão)

partido (Gustavo Gusmão)

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Da Redação

Publicado em 6 de fevereiro de 2015 às 18h42.

Desde o início do evento, quem passeava pela parte interna da oitava Campus Party, em uma área próxima ao espaço reservado ao Facebook, era surpreendido por um homem eloquente, que ficava em frente a uma mesa coberta por um pano preto e um banner. Como a placa indicava, o local servia como "base" para representantes do Partido Pirata, que mais uma vez ocuparam um pedaço do evento - e, agora, em busca de assinaturas.

Mas não para filiação, como o porta-voz, Paulo Fanti, deixava claro. A ideia era fazer algo que a então candidata a presidência Marina Silva - com quem eles não têm nenhuma relação, vale dizer - tentou realizar com a Rede Sustentabilidade antes das eleições do ano passado. Ou seja, juntar 500 mil assinaturas e oficializar a criação de um partido "geracional", que hoje "ainda é um movimento", segundo Renan Vilela, secretário estadual do grupo em São Paulo.

O processo foi iniciado no ano passado, logo após a Assembleia Nacional do Partido Pirata (ANAPIRATA). A reunião foi organizada em Curitiba pouco após a sétima Campus Party, em que promoveram algumas apresentações para falar do movimento e de suas causas, como lembrou o coordenador regional Filipe Ricardo. E, de lá para cá, apesar do esforço, o grupo ainda não contabilizou quantas assinaturas conseguiu coletar - embora confesse que a estimativa fica um tanto abaixo do número dado por Fanti.

A ideia dos membros do partido é potencializar a coleta de nomes que apoiam seus ideais - que, aliás, pouco ou nada tem a ver com pirataria. As propostas (ou "cláusulas pétreas") foram disponibilizadas no ano passado na web, e vão até além da tecnologia, apesar de ainda terem seu foco na comunidade ao redor dela. Entre os pontos estão o apoio à neutralidade da rede e à privacidade e a total transparência política, por exemplo.

É pelo mesmo meio em que estão suas ideias que eles pretendem se organizar e aumentar o total de assinaturas. "Na nossa página no Facebook temos 60 mil seguidores", teoriza Filipe Ricardo. "Se cada um conseguisse dez assinaturas, bateríamos a meta." É algo um tanto irreal, como ele mesmo admite - mas ainda não deixa de mencionar como uma das possibilidades.

Os dois representantes do movimento que conversaram com INFO admitiram que a tarefa de conseguir 500 mil apoiadores oficiais é árdua, ainda mais porque a lei exige assinaturas vindas de todas as regiões do país. Mesmo assim, o objetivo continua: juntar ao menos 1 000 assinaturas no evento e oficializar a criação do Partido Pirata até outubro deste ano. Tudo para que, quem sabe, consigam disputar as eleições para algum cargo no ano que vem.

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