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Para Tim Cook, o mercado é injusto com a Apple

CEO da Apple considera o mercado "emotivo demais no curto prazo" e garante que Apple nunca esteve melhor

Crise para quem?: Mesmo com quedas bruscas no valor de mercado, Tim Cook diz que, no longo prazo, a Apple tem tudo sob controle (Kevork Djansezian/Getty Images)

Crise para quem?: Mesmo com quedas bruscas no valor de mercado, Tim Cook diz que, no longo prazo, a Apple tem tudo sob controle (Kevork Djansezian/Getty Images)

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Gustavo Gusmão

Publicado em 9 de janeiro de 2019 às 16h29.

São Paulo — Os últimos meses não têm sido fáceis para a Apple. Depois de ver suas ações despencarem no final de 2018, a empresa perdeu 73 bilhões de dólares em valor de mercado em um único dia em janeiro. O motivo para essa aparente crise é a expectativa de poucas vendas de iPhones, em especial na China. Mas para Tim Cook, CEO da empresa, a reação tem sido exagerada. "Eu acho o mercado emotivo demais no curto prazo", disse o executivo em uma entrevista veiculada nesta última terça-feira na rede norte-americana CNBC.

"A saúde da empresa no longo prazo nunca esteve tão boa", explicou Cook ao apresentador Jim Cramer, do programa Mad Money. "O planejamento de produtos nunca esteve melhor. O ecossistema nunca esteve mais forte. Nossos serviços estão em alta. Nós temos que olhar para além [do curto prazo]."

O executivo também considerou "besteira" as opiniões de analistas que já classificam o iPhone Xr, lançado no último trimestre de 2018, um fracasso graças à baixa expectativa de vendas. "Desde que começamos a entregar o iPhone Xr até agora, ele tem sido o iPhone mais popular", garantiu. Cook, no entanto, não comparou o desempenho do aparelho no mercado com os de nenhum dos seus antecessores, dando apenas uma pista sobre o real sucesso do celular: "Eu gostaria de vender mais? É claro que sim. E estamos trabalhando nisso".

De toda forma, o CEO da Apple reforçou o que já previram outros analistas: o futuro da Apple não está nas vendas de iPhones — um assunto tratado em reportagem recente de EXAME. "Há muita gente que acredita que a métrica mais importante é quantos aparelhos foram vendidos em um período de 90 dias ou qual a receita gerada. Mas isso fica bem lá no final da minha lista [de prioridades], porque eu não tenho problemas com quem resolve comprar um iPhone um pouco depois", disse Cook. O que importa para ele é que o consumidor fique satisfeito com o produto e se mantenha fiel à marca — para que assim as verdadeiras fontes de dinheiro do futuro cresçam: o ecossistema e os serviços em torno dos hardwares.

O executivo inclusive ressaltou que a empresa pretende lançar novos serviços neste ano, mas não entrou em detalhes. Rumores e anúncios recentes, como os feitos na CES, apontam para algo relacionado a TVs. No entanto, Cook também deu a entender que novidades relacionadas a saúde podem chegar. "Eu acredito que, no futuro, diremos que a contribuição mais importante da Apple para a humanidade foi na saúde", concluiu.

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