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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h16.
Poucos dias depois de reabrir discussões sobre uma eventual fusão com o concorrente AOL, portal de internet ligado ao grupo Time Warner, o Yahoo concentra seu foco, agora, sobre um acordo com outro conglomerado de comunicações, o News Corp, como forma de encontrar alternativas à oferta hostil de aquisição por parte da Microsoft, anunciada em 01º de fevereiro.
A possibilidade de um acordo com o AOL, empresa com a qual o Yahoo já havia negociado sobre o assunto, em algumas ocasiões prévias, ainda sobrevive, mas murchou diante de discordâncias sobre os termos do acordo, segundo fontes ouvidas pelo periódico nova-iorquino Wall Street Journal(WSJ).
Porém, como o Yahoo abordou simultaneamente o News Corp, o entendimento com o grupo do empresário Rupert Murdoch tornou-se a aposta mais forte, nos últimos dias. Num eventual acordo entre as empresas, o modelo mais provável não seria uma fusão, como proposto pela Microsoft, mas uma aquisição parcial do Yahoo. Ao abrir mão de uma fatia de seus papéis, a empresa receberia em troca um aporte significativo, além da propriedade sobre um dos produtos mais populares do News Corp, o site MySpace, conhecido por ter se tornado uma plataforma de divulgação de novas bandas.
O volume de capital investido no Yahoo ainda estaria indefinido, assim como a parcela de ações à qual o News Corp teria direito. Especula-se, no entanto, que uma limitação da fatia a 19,99% do valor total da empresa facilitaria o processo, uma vez que evitaria a necessidade de submeter o acordo ao conselho de acionistas.
Conforme o WSJ, um negócio nesses moldes - possibilidade já discutida algumas vezes, nos últimos 18 meses, mas sempre emperrada diante de divergências sobre o valor do MySpace - foi tema de um encontro entre o executivo-chefe do Yahoo, Jerry Yang, e o presidente e o diretor de conselho do News Corp, respectivamente Peter Chernin e Rupert Murdoch. Esta última empresa também já teria pedido a consultoria do banco JP Morgan, para auxiliar na análise do acordo.
Dono do grupo de comunicação Dow Jones - sem ligação com a Bolsa de Nova York, mas responsável pelo próprio WSJ - e dos canais com a marca Fox, o News Corp teria interesse na parceria porque ela permitiria uma valorização consistente do MySpace. De acordo com pessoas próximas ao acordo, o valor atribuído ao site, num formato em que a fatia de ações recebidas fique em torno de 20%, equivaleria a pelo menos 10 bilhões de dólares.
A proximidade com o Yahoo também permitiria ao News Corp explorar outras formas de acordo quanto aos anúncios online, como a possibilidade de vender anúncios simultaneamente nas páginas da Fox e do Yahoo. A medida alavancaria a receita publicitária dos sites do grupo, alguns dos quais com dificuldades para comercializar seus espaços de anúncios.
Para o Yahoo, o acordo com o News Corp afastaria a necessidade de vender todo o controle da empresa para a Microsoft, opção declaradamente contrária às expectativas de Jerry Yang, executivo-chefe e co-fundador do site.
Ainda que a proposta de quase 45 bilhões de dólares por parte da Microsoft tenha sido formalmente rejeitada pelo conselho do Yahoo, por "sub-avaliar" o valor da empresa, de acordo com os executivos, a possibilidade de um novo entendimento ainda parece presente no cenário da maioria dos analistas.
Ela ganhou força nesta quarta-feira (13/02), após um dos maiores acionistas individuais da empresa, detentor de cerca de 9% das ações, declarar que a fusão poderia ser interessante, caso a Microsoft aumentasse o volume da oferta.
Parte dos analistas ouvidos pelo WSJ considera possível, ainda, que a busca do Yahoo por parceiros alternativos à empresa de Bill Gates poderia se mostrar, mais adiante, como uma tentativa de forçar a Microsoft a elevar a proposta, para em seguida aceitá-la.
Existe, ainda, a possibilidade de um entendimento com o site de buscas Google, ainda que a disposição desta última empresa quanto a um acordo tenha esfriado, nos últimos dias, diante do temor de qualquer forma de acordo entre ambas encontre resistência severa dos órgãos reguladores da competição de mercado.