Tecnologia

Para Microsoft, futuro será conversa entre humanos e robôs

Anúncio mais importante da conferência Microsoft Build 2016 foi plataforma que deve popularizar robôs em aplicativos de smartphones e serviços


	Ela: filme mostra a interação de forma natural entre um humano e um sistema operacional
 (Divulgação)

Ela: filme mostra a interação de forma natural entre um humano e um sistema operacional (Divulgação)

Victor Caputo

Victor Caputo

Publicado em 31 de março de 2016 às 05h52.

São Paulo – Para a Microsoft, o futuro da tecnologia passa pela interação entre pessoas e máquinas de forma natural. Durante a Build, conferência para desenvolvedores da empresa que começou nesta quarta-feira, o CEO Satya Nadella falou sobre sua visão de futuro.

“Linguagem humana é a nova interface de usuário. Robôs são os novos aplicativos”, afirmava um dos slides de apresentação feita por Nadella.

O grande exemplo desse futuro é a assistente pessoal Cortana. Com ela, usuários do Windows podem interagir usando a voz com um desktop ou smartphone. A ferramenta já chegou para outros sistemas operacionais (como Android e iOS) e teve suas funções expandidas pelos desenvolvedores da Microsoft.

Na visão da empresa, isso é algo essencial. Sem a presença da Cortana em todos os dispositivos que o usuário tenha (digamos que seja um computador com Windows, um celular com Android e um iPad) ela não funcionará como deve.

A Build serviu como demonstração para a expansão das funcionalidades da própria Cortana e também de robôs funcionando com inteligência artificial. A teoria exposta por Nadella é de que conversações entre humanos e máquinas serão a plataforma do futuro.

(David Paul Morris/Bloomberg)

É dentro desse contexto que entra o maior anúncio da Microsoft nesta edição da Build: o Microsoft Bot Framework. O nome pode ser um pouco assustador. Em poucas palavras, a novidade é um conjunto de ferramentas para que empresas possam criar seus próprios robôs.

A Microsoft anunciou, portante, uma ferramenta para ajudar a formar a sua visão de futuro. Nela, está a integração de Cortana com robôs de empresas prestadoras de serviço. Ao acompanhar as comunicações do usuário, Cortana seria capaz de fazer sugestões para facilitar a vida.

Vai viajar? A assistente pode colocar você em contato com o robô de uma companhia aérea ou uma grande rede de hotéis. As demonstrações no palco mostram um cenário no qual é possível interagir com linguagem coloquial—seja por voz ou por texto.

A demonstração foi feita com um robô funcionando em um app da rede de pizzarias Domino’s. Ao trocar mensagens com o atendente virtual, é possível pedir uma pizza falando o tamanho e o sabor desejado.

A Microsoft mostrou um sistema que envolve aprendizado de máquina (algo complexo do ponto de vista de desenvolvimento) simplificado. Com isso, revisores humanos podem auxiliar o robô e melhorar a compreensão dos pedidos e da linguagem usada.

“Queremos que todos os desenvolvedores sejam capazes de criar robôs como novas aplicações para todos os negócios e serviços”, disse o CEO Satya Nadella na apresentação.

A ideia para difundir esse tipo de tecnologia é permitir uma vasta gama de integrações. Você poderia conversar com esses robôs usando apps como Skype, Slack ou Telegram, por exemplo.

Competição

A Microsoft não é a primeira a apresentar essa proposta. Mark Zuckerberg já mostrou funções parecidas funcionando no aplicativo de mensagens do Facebook.

A conferência da rede social, a F8, acontece em abril. A Microsoft se adiantou e usou a Build para falar sobre o assunto. As chances de que Zuckerberg também mostre a proposta do Facebook nessa área dentro de poucas semanas é grande. O Facebook deve anunciar a expansão da sua versão de assistente virtual rodando dentro do Messenger, a M.

De forma geral, o uso de linguagem coloquial e conversa entre humanos e robôs tem ganhado espaço na tecnologia. O comunicador Slack usa seu robô para configurar a conta e dar lembretes ao usuário. A proposta vem sendo incluída em diversos apps, com diferentes propostas.

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