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Para Jony Ive, nada mudou na Apple com a morte de Steve Jobs

“Honestamente, não acho que alguma coisa tenha mudado”, diz Jonathan Ive ao comparar a inovação na Apple antes e depois da morte de Steve Jobs


	Jobs conversa com Ive via FaceTime: o chefe de design almoçava com Jobs quase todos os dias
 (Justin Sullivan/Getty Images)

Jobs conversa com Ive via FaceTime: o chefe de design almoçava com Jobs quase todos os dias (Justin Sullivan/Getty Images)

Maurício Grego

Maurício Grego

Publicado em 16 de junho de 2014 às 13h18.

São Paulo -- Evidentemente, muitas coisas mudaram na Apple depois da morte de Steve Jobs. A empresa agora doa dinheiro para caridade e se preocupa com as condições de trabalho dos chineses que montam seus produtos, por exemplo. 

Mas, para Jonathan (ou Jony) Ive, o poderoso vice-presidente sênior de desenho industrial da Apple, no que se refere à inovação, nada mudou.

Pelo menos é o que ele diz numa entrevista ao New York Times, parte de um extenso perfil de Tim Cook, o CEO da Apple, feito pelo jornal. Ive era, talvez, a pessoa mais próxima de Steve Jobs na empresa. Os dois almoçavam juntos quase todos os dias.

Agora, ele se encontra com Tim Cook três vezes por semana, normalmente na sala de trabalho de um dos dois. Mas, para ele, o ritmo da inovação continua o mesmo. “Honestamente, não acho que alguma coisa tenha mudado”, disse ao New York Times.

Até a pressão do mercado por produtos novos e excitantes não é, na visão de Ive, muito diferente da que existia no passado: “As pessoas se sentiam exatamente da mesma maneira quando estávamos trabalhando no iPhone”, disse ele.

Ive sugere que essa pressão também existe internamente na Apple: “É difícil, para todos nós, ser pacientes. Era difícil para Steve. E é difícil para Tim”. Ive ainda compara a maneira de trabalhar dos dois executivos.

Ele afirma que Jobs era maníaco por design. Já Cook tende a avaliar os projetos com cuidado, dedicando certo tempo a isso. Para Ive, isso “ilustra o fato de que ele sabe que isso é importante.”

O New York Times também entrevistou outras pessoas que veem a questão de forma diferente. Michael Cusumano, professor do MIT que estudou o caso Apple para um livro sobre inovação, por exemplo, acha que Jobs faz falta.

Para ele, o que falta à empresa é um visionário para juntar as ideias dispersas em algum produto mágico. “Acho que vai ser muito difícil, para eles, criar seu próximo produto sensacional”, diz. “Eles perderam seu coração e sua alma.”

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