Tecnologia

Para Abinee, investimento da Foxconn é exagerado

A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica vem questionando o anúncio de que a Foxconn vai investir 12 bilhões de dólares no Brasil nos próximos anos

A Foxconn diz que vai criar 100 mil novos empregos com seus investimentos no Brasil (Sean Gallup / Getty)

A Foxconn diz que vai criar 100 mil novos empregos com seus investimentos no Brasil (Sean Gallup / Getty)

Maurício Grego

Maurício Grego

Publicado em 18 de abril de 2011 às 15h19.

São Paulo — Na terça-feira, a presidente Dilma Rousseff e o ministro Aloizio Mercadante, de Ciência e Tecnologia, divulgaram que a Foxconn pretende investir 12 bilhões de dólares no Brasil nos próximos anos. A empresa, com sede em Taiwan, é a maior fabricante de equipamentos eletrônicos do mundo. Mas a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) diz que o valor não combina com a realidade brasileira.

Os investimentos a ser feitos no Brasil levariam à criação de 100 mil novos empregos, sendo 20 mil para engenheiros. Entre os planos da empresa estaria a implantação de uma fábrica de telas de cristal líquido. Segundo estimativas do mercado, essa fábrica deve consumir cerca de um terço dos investimentos previstos.

A cifra de 12 bilhões de dólares não é o maior investimento anunciado por empresas estrangeiras no Brasil. A Telefônica, por exemplo, divulgou que pretende investir 24,5 bilhões de reais (mais de 15 bilhões de dólares) no país nos próximos quatro anos. Já a petroleira britânica BG Group diz que pretende colocar 30 bilhões de dólares no país até o final da década.

Faltam profissionais

Um problema do anúncio da Foxconn estaria na previsão de contratação de 100 mil profissionais. O fato é que não há tantos profissionais capacitados no país. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), o setor eletroeletrônico inteiro empregou, no ano passado, 175 mil trabalhadores.

Num ano de bom crescimento da economia, esse setor gera entre 3 mil e 4 mil novos empregos. Além disso, as empresas dizem estar encontrando dificuldades para contratar engenheiros nessa área. Os números da Foxconn parecem não combinar com essa realidade.

As indústrias temem que o anúncio da Foxconn seja uma jogada para evitar que o governo adote medidas para desestimular a importação de produtos eletrônicos da China. As preocupações da Abinee foram encaminhadas a Mercadante, que acompanha Dilma na visita oficial à China.

Na noite de quarta-feira, 13, o ministro respondeu, por meio do secretário executivo do MCT, Luís Antônio Elias, que pretende se encontrar com o presidente da Abinee, Humberto Barbato, para discutir o assunto, divulgou a associação.

Acompanhe tudo sobre:AppleEmpresasEmpresas chinesasempresas-de-tecnologiaFoxconniPadiPhoneTablets

Mais de Tecnologia

Gigantes das redes sociais lucram com ampla vigilância dos usuários, aponta FTC

Satélites da SpaceX estão causando interferência nos equipamentos de pesquisadores, diz instituto

Desempenho do iPhone 16 chama atenção e consumidores preferem modelo básico em comparação ao Pro

iPhone 16 chega às lojas – mas os recursos de inteligência artificial da Apple, não