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Pais se preocupam mais com parceiros do que com filhos na internet, aponta estudo

Porcentagem de pais que admitiu checar o que as esposas ou maridos veem na internet chega à casa dos 66%; apenas 47% deles disseram fazer o mesmo com os filhos

criancatablet (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2014 às 13h06.

Os pais brasileiros ainda têm que evoluir quando o assunto é a relação dos filhos e da família com a internet. Quer dizer, pelo menos é isso que indica uma nova edição do Digital Diaries, estudo da AVG que analisa este tema complicado – e que mostra que os adultos ainda se preocupam mais com históricos de navegação dos parceiros do que com o das crianças, por exemplo.

Como apontou Tony Anscombe, porta-voz da empresa de segurança, a INFO, a porcentagem de pais que admitiu checar o que as esposas ou maridos veem na internet chega à casa dos 66%. Enquanto isso, apenas 47% deles disseram fazer o mesmo com os filhos. Em compensação, 62% dos adultos afirmaram conversar com as crianças sobre os endereços que podem ou não ser visitados – embora menos da metade acompanhe a navegação dos pequenos. Ou seja, o grau de confiança depositado nos filhos é, aparentemente, alto.

Os motivos para tal podem estar relacionados ao fato de que 51% dos pais acreditem que, com 10 anos, a criança já entenda mais de internet do que eles – e, por isso, esteja “querendo independência”, como apontou Anscombe. Uma parcela significativa (23%) dos responsáveis vai ainda mais longe, e acha que, com 7 anos, um menino ou uma menina já sejam mais espertos que os próprios adultos quando o assunto é a web.

A atenção dedicada pelos pais brasileiros à segurança das crianças online também é relativamente baixa, e 28% deles consideram esse assunto o menos importante entre suas preocupações. Curiosamente, 29% deles colocam como primeiro item desta lista os riscos de se falar com estranhos – algo que ocorre com frequência na web.

Quando falam sobre internet de maneira geral (95% dos adultos disseram já ter feito isso), o principal alerta dado pelos pais tem relação a “falar com estranhos” – 69% deles dão essa “dica” aos filhos. Por sua vez, 62% deles conversam sobre sites proibidos e 67% alertam para que as crianças não acessem conteúdo adulto.

As principais preocupações, por fim, giram em torno da facilidade com que os pequenos podem acessar material impróprio (48%), com o tempo gasto longe da web (44%) e “questões de privacidade”. Ironicamente, mesmo com essa última dúvida, são mais de 60% os pais que não configuram controles parentais nos computadores, smartphones ou tablets.

Crianças – Para a nova edição do Digital Diaries, os pesquisadores ainda conversaram com algumas das crianças brasileiras para ter dados vindos do “outro lado”. E entre as informações passadas por elas, uma mostra que o tempo gasto na internet (31% do total) é maior do que o dedicado à TV (25%) ou gasto com família (17%) e amigos (14%).

Enquanto estão conectados, os pequenos ficam em maior parte jogando sozinhos (73%). E é navegando sem companhia que eles se sentem mais confortáveis: apenas 19% das crianças gostariam de passar um tempo na web com a mãe, e um número ainda menor (12%) disse querer fazer o mesmo com o pai. “As crianças, de certa forma, lideram a luta por privacidade”, afirmou Anscombe, que citou a popularidade do Snapchat entre o público jovem como um dos maiores exemplos disso, mesmo o app não sendo totalmente confiável.

Em termos de consciência, já com 10 anos, 58% dos filhos já diz entender que a internet oferece seus riscos. É a maioria, sim, mas como apontou o porta-voz da AVG, muitas vezes os meninos ou meninas apenas “acham que sabem” – e mesmo que não seja bem assim, a minoria ainda é grande demais para ser relevada.

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