Tecnologia

Outbrain busca a fórmula dos links irresistíveis na web

Com algoritmos que recomendam páginas a ser visitadas em sites, a Outbrain já está presente em mais de 100 mil sites e blogs e vem se expandindo no Brasil

Yaron Galai e Ori Lahav: os dois israelenses fundaram a Outbrain em 2006 (Divulgação)

Yaron Galai e Ori Lahav: os dois israelenses fundaram a Outbrain em 2006 (Divulgação)

Maurício Grego

Maurício Grego

Publicado em 6 de agosto de 2014 às 06h00.

São Paulo -- Ao ler as notícias de EXAME.com, é provável que você já tenha visto uma seção no pé das páginas com o título “Recomendados para você”. Ela é similar a outras incluídas em noticiários como CNN, New York Post e Slate. São links gerados por algoritmos da Outbrain.

A empresa, que tem sede em Nova York e centro de desenvolvimento em Israel, foi fundada em 2006 pelos israelenses Yaron Galai e Ori Lahav, dois empreendedores experientes, que já haviam fundado (e vendido) outras empresas antes. 

A equipe liderada por eles criou algoritmos que procuram oferecer links irresistíveis aos visitantes do site. A empresa diz que tem 150 bilhões de links publicados todos os meses, ou 58 mil por segundo. O sistema está instalado em mais de 100 mil sites e blogs espalhados pela internet

“Sempre houve o trabalho de inserir links em sites recomendando conteúdo. Mas as pessoas faziam isso manualmente ou pagavam a alguém para fazê-lo. Criamos um modelo em que a empresa recebe para ter nossos links no site”, disse a EXAME.com Yaron Galai, CEO da Outbrain, durante uma conversa em julho, em São Paulo.

Algoritmos

Alguns dos algoritmos da Outbrain analisam o conteúdo a ser oferecido, determinando quais páginas podem ser mais atraentes. Outros estudam as ações da pessoa no site para exibir, a ela, links mais adequados a seus interesses.

“São mais de 50 algoritmos. Alguns deles competem entre si, já que cada um encontra uma resposta diferente sobre qual conteúdo deve ser recomendado. Outros decidem isso com base no tema da página em que a pessoa está, nos links em que ela clicou e em outros dados”, diz Galai.

“Não há nenhuma invasão de privacidade nisso. Não conhecemos a pessoa. Só sabemos que alguém clicou em determinados links. Mas não sabemos quem”, completa ele.

Os links da Outbrain podem apontar para conteúdo do próprio site, como acontece em EXAME.com, onde eles aparecem entremeados com uma ou duas páginas externas, de caráter mais publicitário. 

Mas há sites que usam o sistema da Oubrain apenas para recomendar conteúdos de outros sites. Nesse caso, a Outbrain funciona como intermediária entre sites que querem comprar tráfego  de visitantes e outros que querem vender audiência. 

O site que recebe visitas por meio dos links da Outbrain paga por isso àquele onde os links foram publicados. A Outbrain, como intermediária, fica com uma comissão. É assim que ela ganha dinheiro.

O Google vem aí

Galai diz que, no início, não foi fácil convencer os responsáveis pelos sites da web de que seria um bom negócio publicar links que levam visitantes para fora desses sites. “Tivemos bastante dificuldade”, diz ele.

“O que digo é que os visitantes vão achar os sites concorrentes de qualquer maneira. Eles podem pesquisar no Google. Então, por que não facilitar as coisas para eles? Se tiverem uma boa experiência, talvez retornem no dia seguinte. E, no final, o site que publicou os links é pago por isso”, completa.

A Outbrain foi pioneira no negócio de recomendação de conteúdo. Mas agora ela tem concorrentes. O principal é a Taboola, empresa israelense que oferece um serviço similar, usado em sites como USA Today, Time e Fox Sports.

Em breve, o Google poderá ser mais um concorrente. Há meses, a turma de Larry Page e Sergey Brin vem testando, discretamente, o que poderá ser seu sistema de recomendações. Uma versão beta foi vista em sites como o Celebrity Networth, como noticiou o site Best Techie.

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