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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h20.
O acesso em alta velocidade sem fio desperta o interesse tanto de gigantes do mundo da tecnologia, como Intel, Samsung e Qualcomm, até de pequenos provedores locais, como a brasileira DirectNet. Em comum, essas empresas querem uma fatia dos 9 bilhões de dólares que esse novo negócio deve movimentar até 2009, segundo previsões de institutos de pesquisa como o IDC e o Gartner.
Resta saber, contudo, qual dos padrões tecnológicos da banda larga sem fio vai dominar o mercado se é que um deles vai se sobressair. Veja o quadro abaixo:
Nome comercial |
Padrão/Tecnologia
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Velocidade prometida
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Quem apóia
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WiMax | 802.16d ou 802.16e | Mais de 100 km/h | Intel, Samsung, Alcatel, Siemens |
MobileFi | 802.20/Flash OFDM | Até 250 km/h | Qualcomm, ArrayComm, Navini 3 |
3,5G | UMTS TDD | De 120 a 150 km/h | IPWireless, operadoras móveis |
Três correntes disputam a supremacia do mercado. De um lado o WiMax, que respeita os padrões das atuais redes WiFi, só que com maior velocidade (chega a 75 megabits por segundo, contra 11 Mbps do WiFi) e área de cobertura (50 quilômetros, contra algumas dezenas de metros de seu antecessor). De outro, o MobileFi, um dos nomes dados aos produtos comerciais feitos com a tecnologia Flash OFDM (Orthogonal Frequency Division Multiplexing), uma espécie de padrão híbrido entre o utilizado no WiFi/WiMax e a linguagem da telefonia celular. Por fim, aparece a nova geração da telefonia móvel, que alguns chamam de 3,5G.
Enquanto a briga esquenta, a banda larga sem fio já é oferecida em diversas partes do mundo, sem a predominância de nenhum dos padrões. Na Austrália, um produto baseado na tecnologia MobileFi, chamado iBurst, é oferecido pelas empresas ArrayComm e Kyocera. O mesmo ocorre no Panamá e na Itália, com a oferta da empresa Navini.
Na Nova Zelândia, quem domina é a empresa IPWireless, que oferece um produto homônimo baseado nas redes celulares. Também há testes com a tecnologia na África do Sul, no Leste Europeu, na Ásia e nos Estados Unidos.
Já em relação ao WiMax, a oferta ainda é muito limitada. Como o padrão ainda não está pronto, algumas empresas oferecem as chamadas conexões "pré-WiMax" na Alemanha, Holanda e até no Brasil. A DirectNet, que surgiu no início da década ao oferecer conexão à internet via rádio, hoje trabalha para migrar sua tecnologia para o WiMax. A empresa possui 3,2 mil antenas e atende a quase 35 mil clientes. "Quando o padrão for definitivamente homologado, seremos uma das poucas empresas que estará pronta", afirma Maurício Coutinho, presidente da empresa.
Seja com qual tecnologia, a banda larga sem fio deve decolar mesmo no segundo semestre de 2006, após a homologação do padrão WiMax. Só então será possível traduzir os anseios do homem moderno pela mobilidade total em algo palpável. Resta esperar e conferir os próximos capítulos dessa guerra de padrões.