Em entrevista para podcast, Mark Zuckerberg abriu seus objetivos para os próximos 10 anos. (JJason Henry/Bloomberg/Getty Images)
Redator na Exame
Publicado em 23 de setembro de 2024 às 06h53.
O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, está comprometido com a criação de plataformas open-source como parte central da estratégia da empresa para o futuro da tecnologia. Em uma entrevista recente no podcast "Acquired", gravado ao vivo em São Francisco, Zuckerberg discutiu a competição que a Meta enfrenta e destacou a importância de modelos de tecnologia abertos e colaborativos, em contraste com sistemas fechados como o da Apple. As informações são da Business Insider.
Durante a conversa, Zuckerberg explicou o que chamou de "batalha ideológica" entre as abordagens de software open-source e closed-source, ressaltando as vantagens e desvantagens de cada um. Para ele, a adoção de um modelo aberto permitirá uma maior inovação, ao dar à comunidade global de desenvolvedores acesso ao código-fonte das plataformas, acelerando o desenvolvimento e democratizando o acesso à tecnologia. Ele declarou que sua meta para os próximos 10 a 15 anos é fazer com que as plataformas abertas prevaleçam na indústria de tecnologia.
O open-source, ou código aberto, permite que desenvolvedores de qualquer lugar possam acessar, modificar e redistribuir o código-fonte de uma plataforma, o que pode impulsionar a inovação de forma colaborativa. Por outro lado, modelos fechados, como os da Apple, mantêm o código privado, o que oferece maior segurança e controle sobre o sistema. Zuckerberg argumenta que, embora ambos os modelos tenham seus méritos, ele acredita que o futuro da indústria será impulsionado por plataformas abertas.
A Meta já está avançando nessa direção. Em 2023, a empresa lançou o Llama 2, um modelo de inteligência artificial em grande parte open-source, que rapidamente conquistou a comunidade de tecnologia. A decisão de tornar o modelo acessível para desenvolvedores e pesquisadores foi elogiada, mas também atraiu críticas devido ao potencial de uso indevido. O modelo foi acusado de permitir que usuários com intenções maliciosas gerassem conteúdos perigosos, como instruções para a fabricação de substâncias nocivas, o que gerou debates em Washington. No entanto, Zuckerberg defendeu que essas informações já estão amplamente disponíveis em outras fontes.
Em julho de 2023, a Meta lançou uma nova versão do modelo, o Llama 3.1, continuando a aposta no open-source. Esse lançamento foi amplamente elogiado por líderes da indústria, que o consideraram uma contribuição significativa para o desenvolvimento da IA. A abordagem open-source da Meta representa um marco importante na estratégia de Zuckerberg para consolidar a empresa como líder no setor de tecnologia ao longo da próxima década.
Apesar do entusiasmo em torno da abertura do código, a estratégia também apresenta riscos. Modelos open-source podem ser utilizados de forma inadequada por indivíduos ou grupos com intenções maliciosas. Além disso, manter o equilíbrio entre segurança e acessibilidade será um dos principais desafios para a Meta à medida que avança com sua estratégia.
Zuckerberg reconhece que a implementação de plataformas abertas traz incertezas, mas acredita que os benefícios superam os riscos. A visão de uma indústria mais colaborativa, onde o desenvolvimento é compartilhado entre milhares de desenvolvedores, pode moldar o futuro da tecnologia de forma significativa, promovendo inovação em ritmo acelerado.
No entanto, a transição para plataformas open-source não ocorrerá de forma imediata. A Meta, assim como outras gigantes da tecnologia, precisará lidar com questões regulatórias e de segurança, além de encontrar maneiras de garantir que o uso indevido das tecnologias seja minimizado.