São Paulo - A lista dos homens mais ricos dos Estados Unidos, divulgada esta semana pela revista Forbes, é encabeçada por um dos principais nomes ligados à indústria da tecnologia. Pelo 17º ano consecutivo, Bill Gates, um dos fundadores da gigante de softwares Microsoft, detém a maior fortuna pessoal em território norte-americano, um total de US$ 54 bilhões. No ranking mundial, fica em segundo lugar, mas não porque não foi o melhor nos negócios. De acordo com a revista, Gates só não é o mais rico de todo o mundo porque é o mais generoso: até agora já doou um total de US$ 28 bilhões de tudo o que acumulou.
Presidente da desenvolvedora de software corporativo Oracle, Larry Ellison é o terceiro homem mais rico dos Estados Unidos e o segundo do setor de tecnologia, com uma fortuna estimada em US$ 27 bilhões pela Forbes. Sua companhia, que ao longo dos anos já comprou nada menos que 66 empresas, fez um de seus maiores negócios este ano, ao adquirir a Sun Microsystems. O executivo é um dos maiores proprietários de terras na paradisíaca Malibu, na Califórnia. Quando morrer, seu desejo é que 95% de sua fortuna seja doada para caridade.
Cofundador do Google, Larry Page tem patrimônio estimado em US$ 15 bilhões, US$ 3,5 bilhões a menos do que ele tinha em 2007, conforme a Forbes. É conhecido na gigante de buscas por fazer comentários confusos sobre tecnologia que posteriormente se mostram proféticos. No ensino médio, construiu uma impressora usando blocos de Lego, peças que serviram de inspiração para as cores da logo do Google. No ranking geral dos mais abonados dos Estados Unidos, está na 11ª colocação, lado a lado com Sergey Brin, com quem fundou a companhia de buscas.
Segey Brin, o outro cofundador do Google, na verdade é russo, mas deixou sua terra natal aos seis anos de idade. Acumula a mesma fortuna do colega: US$ 15 bilhões, segundo a Forbe. Filho de um matemático com uma pesquisadora da NASA, conheceu Larry Page no programa de doutorado em ciência da computação de Stanford, que ambos abandonaram em 1998 para fundar o Google. Brin é também investidor da Airship Ventures e da agência de viagens espaciais privadas Space Adventures. Recentemente anunciou que planeja investir em pesquisas sobre o Mal de Parkinson, depois que descobriu que junto a seu genoma está uma mutação no gene LRRK2, uma alteração com cerca de 50% de chances de evoluir para a doença degenerativa cerebral.
Fundador da fabricante de computadores que leva seu sobrenome, Michael Dell começou a vender computadores quando estava no ensino médio, em 1984, e hoje acumula US$ 14 bilhões. Embora esteja entre os mais ricos dos Estados Unidos, sua situação na empresa não é nada confortável. Dell sofre pressões por parte de acionistas enquanto tenta reposicionar a companhia na liderança de PCs. Em 2004 ele chegou a deixar o cargo de presidente-executivo, o qual retomou em 2007. Desde então, as ações da empresa caíram 50%.Paralelamente mantém uma empresa de investimentos pessoais, a MSD Capital, que, em fevereiro, comprou o catálogo da agência de fotografias Magnum. Dell e sua esposa Susan apoiam campanhas contra a obesidade infantil.
O atual presidente-executivo da Microsoft, com US$ 13,1 bilhões na conta, vê sua empresa em meio a altos e baixos. O sistema operacional Windows 7, lançado em outubro de 2009, vende ma média de sete cópias por segundo e já chega a 16% dos computadores. No mercado de smartphones, por outro lado, a empresa se viu obrigada a desistir da linha Kin, poucos meses após ser lançada, por falta de vendas. Na internet, o buscador Bing cresce e já tem 13% de marketshare. Mas o valor de mercado da companhia caiu e este ano perdeu a liderança em valor de mercado para a rival Apple. Colega de Bill Gates em na Universidade de Stanford, abandonou um curso de mestrado para se juntar ao amigo em 1980, como o empregado de número 30 da Microsoft.
Paul Allen está este ano na sétima posição no ranking dos norte-americanos mais ricos do setor de tecnologia, com fortuna calculada em US$ 12,7 bilhões, mas pode subir muitas posições caso vença na Justiça um processo que abriu recentemente contra nada menos que 11 empresas. Ele acionou AOL, Apple, eBay, Facebook, Google, Netflix, Office Depot, OfficeMax, Staples, Yahoo! e YouTube, alegando que as companhias teriam violado patentes registradas em seu nome. Allen deixou em 1983 a Microsoft, que ajudou a fundar ao lado de Bill Gates, depois de ser diagnosticado com câncer pela primeira vez. Em julho anunciou que deixará a maior parte de sua fortuna para a caridade depois que morrer.
Um dos pioneiros da chamada era ponto-com, Jeff Bezos sempre busca renovar seus negócios. Sua empresa, a Amazon.com, que já era considerada a maior livraria online do mundo, agora é também a maior empresa de comércio eletrônico, com vendas que totalizaram US$ 24,5 bilhões em 2009. O e-reader Kindle, desenvolvido pela empresa, é o produto mais vendido dos últimos dois anos, e em julho a empresa anunciou estar vendendo mais livros digitais do que impressos. Bezos, que acumula US$ 12,6 bilhões, tem fundos ainda na empresa aeroespacial Blue Origin, que está desenvolvendo veículos espaciais. A empresa trabalha em um foguete de decolagem e pouso verticais que poderia levar astronautas, pesquisadores e turistas para o espaço.
James Goodnight é cofundador da gigante de software SAS e tem fortuna estimada em US$ 6,9 bilhões. Sua empresa, considerada a maior do mundo em desenvolvimento software privado, viu as receitas da empresa crescerem 2% em 2009 apesar da crise. O movimento, segundo a Forbes, foi graças à inteligência com que a companhia conduz seus negócios, o que atraiu clientes. A SAS manteve a promessa de não demitir e é conhecida por boas políticas trabalhistas, programas de bem-estar, creches na empresa e lanches gratuitos para funcionários. Goodnight defende a deforma do sistema educacional e faz da educação o foco de filantropia da empresa.
Com um crescimento de 245% em sua fortuna - o maior entre os 400 mais ricos dos Estados Unidos -, o presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, desbancou Steve Jobs e entrou na lista dos dez mais ricos do setor de tecnologia norte-americano. Sua fortuna, hoje estimada em US$ 6,9 bilhões, cresce tão rápido quanto a popularidade de seu site, que chegou aos 500 milhões de usuários este ano, e a péssima imagem que ganha a medida que são revelados detalhes sobre a fundação da empresa. Zuckerberg, que teria roubado a ideia do Facebook e traído a confiança de ex-colegas, será personagem do filme "The Social Network", que tem lançamento previsto para a semana que vem nos Estados Unidos. Recentemente foi eleito a pessoa mais influente da Era da Informação pela revista Vanity Fair.
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