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Oracle vence briga contra Microsoft para manter TikTok nos EUA

A empresa americana será a fornecedora de tecnologia para o aplicativo chinês nos Estados Unidos

TikTok: seria o fim da guerra pelo aplicativo nos Estados Unidos? (Ivan Abreu/Bloomberg)

TikTok: seria o fim da guerra pelo aplicativo nos Estados Unidos? (Ivan Abreu/Bloomberg)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 14 de setembro de 2020 às 12h21.

Última atualização em 14 de setembro de 2020 às 14h13.

A confusão sobre qual companhia americana ganharia os direitos do aplicativo chinês TikTok parece ter chegado ao fim. Isso porque a Oracle, empresa de tecnologia americana, anunciou nesta segunda-feira, 14, que será a "provedora oficial da tecnologia chinesa nos Estados Unidos".

"A Oracle confirma a declaração do secretário Mnuchin de que faz parte da proposta apresentada pela ByteDance ao Departamento do Tesouro no fim de semana em que a Oracle atuará como o provedor de tecnologia confiável", informou a Oracle em comunicado. "A Oracle tem um histórico de 40 anos no fornecimento de soluções de tecnologia seguras e de alto desempenho."

Microsoft e Oracle disputavam uma suposta compra do TikTok para evitar que ele fosse banido dos Estados Unidos sob suspeita de espionagem internacional e ameaça à soberania americana. A discórdia pode ter sido semeada pelo presidente global do Facebook.

Mark Zuckerberg teria dito a Trump que o crescimento das companhias chinesas de internet poderia “prejudicar os negócios americanos”. Sendo americana, a Oracle, especializada no desenvolvimento e comercialização de hardware e softwares e de banco de dados, resolveria os problemas do governo americano com o TikTok sem efetivamente comprá-lo.

Nesta segunda-feira, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, disse que o governo Trump recebeu a proposta da empresa e que ela seria analisada ao longo desta semana.

"Temos muita confiança na Microsoft e na Oracle, eles (a ByteDance) escolheram a Oracle. Vamos analisar com equipes técnicas deles e nossas para ver se eles podem cumprir as garantias" para manter os dados de telefones norte-americanos seguros, Mnuchin disse à emissora de televisão CNBC.

Os termos do acordo ainda não foram divulgados, mas nada indica que será uma venda direta à Oracle, e sim um acordo para manter o aplicativo gigante funcionando no país. O acordo ainda está sob avaliação de entidades reguladoras.

Na semana passada, a China posicionou-se contra a venda forçada do TikTok para uma empresa americana. Após isso, alterou suas regras de exportação para impedir que o código do aplicativo fosse transferido a uma empresa estrangeira.

A briga em relação ao aplicativo ganhou força em setembro, quando o presidente americano Donald Trump fez um ultimato à empresa: ou ela era vendida ou controlada por uma empresa americana, ou suas operações no país seriam paradas. O que seria uma perda gigante para o app chinês, uma vez que seu crescimento nos Estados Unidos é bastante expressivo. Estimativas apontam que o aplicativo tem cerca de 80 milhões de usuários americanos e 1 bilhão no mundo todo.

Até mesmo a conta mais popular no app chinês é de uma americana, a adolescente Charli D’Amelio, 16 anos, que ficou famosa por fazer coreografias de músicas que viralizaram no TikTok. Com 85 milhões de seguidores, ela tem hoje o perfil mais popular do aplicativo — perder os EUA, então, significaria perder muito.

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