O ano começou bem para as operadoras de telefonia móvel e fabricantes de celulares. De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), 1,5 milhão de aparelhos foram vendidos neste primeiro bimestre. Foram cerca de 600 mil modelos em janeiro e 900 mil em fevereiro.

Com esses números, a soma total de aparelhos em uso no país chega a 47,86 milhões. Os números do bimestre são modestos se comparados aos de dezembro, mês atípico em que, graças às promoções de Natal, os fabricantes comemoraram a venda de 3,3 milhões de aparelhos. Ainda assim, revelam o aquecimento do mercado. Ao contrário de dezembro, os meses de janeiro e fevereiro são tipicamente fracos para o varejo devido às férias e ao volume de compromissos financeiros com que as famílias têm que arcar, entre eles impostos e despesas escolares.

No ano passado, com o alta do dólar e as ansiedades que cercavam o início do governo Lula, o mercado de telefonia móvel começou menos animado. Nos primeiros cinco meses de 2003, as vendas eram, em média, de 300 mil unidades por mês. Em junho, no entanto, com amelhoria dos índices macroeconômicos e a sinalização de que o governo iria reduzir os juros, elas cresceram para cerca de 1 milhão por mês.

Ainda terreno para o crescimento desse mercado. Embora algumas regiões do país tenham uma taxa de penetração alta --- o Distrito Federal, por exemplo, já atingiu um índice de penetração de 73,85% ---, a média de uso do celular no país ainda é considerada baixa: há apenas 26 aparelhos para cada 100 habitantes. O Nordeste, por exemplo, ajuda a puxar a média para baixo. São apenas 15 aparelhos para cada 100 habitantes.

Os números da Anatel também revelam que a tecnologia TDMA ainda reina em 52% dos aparelhos em operação em fevereiro. O CDMA ocupa a segunda posição, com 30%, seguido pelo padrão GSM, com 18%. A Anatel também revelou que ainda existem 602 000 aparelhos celulares analógicos em uso no país.